Segundo a diretora do Parque de Serralves, Helena Freitas, o programa da Festa do Outono, que assinala este ano o centenário da criação daquele espaço verde, é “incrível”, “muito apelativo” e vai incidir na “valorização do mundo rural e a produção alimentar”.
“Há uma oportunidade de estarmos com a natureza e sermos mais humanos. […] Queremos regenerar e reabilitar. Queremos que o Parque ajude a trazer os benefícios da dimensão rural”, declarou Helena Freitas, em conferência de imprensa, para apresentar a programação da Festa do Outono de 2023, onde foi anunciado que o evento decorreria nos dias 23 e 24 setembro com entrada gratuita.
Para Helena Freitas celebrar o 100.º aniversário do Parque de Serralves na Festa do Outono é especial, pois além de permitir a valorização da educação ambiental e do mundo rural, permite também assinalar aquele espaço verde em associação com a arquitetura paisagista e o desenho urbano.
“É realmente inequivocamente um espaço perfeitamente excecional de educação ambiental. […] Aquilo que nós fazemos aqui todos os dias com as crianças, com as famílias, é absolutamente único no país. Não há nada que seja equiparável. Por outro lado, temos aqui um ambiente interdisciplinar”.
Helena Freiras defende que é “muito importante” dizer o que o Parque de Serralves representou no próprio desenho urbano da cidade do Porto.
“Foi absolutamente essencial, porque representou uma ligação àquilo que é a história rural envolvente, portanto, as quintas da grande região da área metropolitana. Este parque foi sempre um ícone desta qualidade e do extraordinário que essas quintas tinham e que guardavam em espécies vegetais”, como as “famosas camélias”, por exemplo.
A Festa do Outono 2023 tem um programa “multidisciplinar muito diversificado”, que se inspira naquela que é a atividade e os domínios de intervenção da Fundação de Serralves, designadamente o respeito pelas “questões da sustentabilidade em geral”, muito particularmente a defesa do meio ambiente, a contemporaneidade e a relação com a interligação [entre] a ancestralidade e as tradições”, explicou Rui Costa, um dos responsáveis pela programação do evento.
Rui Costa referiu que as “artes e ofícios” de diferentes proveniências do país estarão muito presentes nesta Festa do Outono, onde as crianças vão poder dar azo à sua criatividade em oficinas ou a contactar com animais da quinta e com as raças autóctones.
Do ponto de vista artístico, a Festa do Outono tem também vários ‘workshops’ relacionados com interatividade, ciência, tecnologia, inteligência artificial, passando por espetáculos de artes performativas, como o teatro, artes circenses, teatro de marionetas, música, e ainda leituras, um mercado de outono e a feira de design urbano.
Rui Costa destacou, por exemplo, as oficinas de cestaria, feltragem, tecelagem e trabalho em lã, a oficina “Viagem com bolotas”, a exposição “O tempo das Árvores”, de Paulo Neves, e a exposição “Parque de Serralves – 100 anos de História”, bem como a instalação interativa “Ovelhas à Solta”.
As raças autóctones, com uma aula sobre o burro de Miranda, o Festival de Cinemini com sete sessões destinadas a crianças, concertos do Ensemble de Percussão da Banda Sinfónica Portuguesa, e a leitura de excertos do livro “As Penélopes”, por autoras, são algumas das dezenas de atividades que podem ser realizadas ao longo dos dois dias da Festa do Outono 2023.
A obra “As Penélopes” (Bairro dos Livros, 2021) conta com textos de Ana Luísa Amaral, Manuela Ribeiro, Isabel de Sá, Raquel Patriarca, Rosa Alice Branco, Margarida Vale Gato, Patrícia Portela, Luísa Monteiro e Gisela Casimiro, Inês Cardoso, Cláudia Lucas Chéu e da cantora Márcia.
As atividades da Festa do Outono são gratuitas e contam este ano com o apoio de 19 municípios portugueses.
O acesso pode ser feito pelos portões da Avenida Marechal Gomes da Costa e da Rua Bartolomeu Velho.
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