De acordo com informação revelada hoje à Lusa, o Fórum Luís de Camões - palco central do festival - acolherá exposições evocativas do centenário do nascimento de "dois autores lendários" da Nona Arte, reunindo "pranchas de colecionadores importantes como Tom Kraft, Bechara Maalaf e Denis Kitchen".
Will Eisner, que morreu em 2005, é considerado o pai da novela gráfica, precursor da banda desenhada moderna com obras como "Um contrato com Deus", "O grande jogo" e a série "The Spirit".
Jack Kirby criou histórias e personagens como Capitão América, Hulk e Os Vingadores - juntamente como Joe Simon e Stan Lee -, que influenciaram sucessivas várias gerações de autores de banda desenhada. Morreu em 1994 aos 76 anos.
A organização do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora (AmadoraBD) já tinha anunciado que o tema central este ano, na 28.ª edição, seria a reportagem, um dos géneros do Jornalismo.
Com o título "Contar o mundo - A reportagem em banda desenhada", a exposição central é comissariada por Sara Figueiredo Costa e pretende assumir "a banda desenhada sem fronteiras muito delimitadas", sendo um dos autores escolhidos o francês Constantin Guys, do século XIX.
"O que se pretende é mostrar trabalhos jornalísticos, ou a caminho de o serem, e levantar algumas questões sobre as fronteiras do jornalismo e da reportagem (a questão da objetividade, da imparcialidade e do apagamento do repórter no trabalho)", afirma a organização.
Como venceu em 2016 o prémio de melhor álbum do AmadoraBD com "Tudo isto é fado!", Nuno Saraiva será o autor em destaque desta edição, com direito a uma exposição. É dele o cartaz oficial do festival, já divulgado.
O AmadoraBD, organizado pela Câmara Municipal da Amadora, cumprirá a 28.ª edição de 27 de outubro a 12 de novembro com exposições, lançamentos editoriais e a presença de autores portugueses e estrangeiros de banda desenhada.
A par da exposição central, todos os anos, o festival apresenta outras mostras expositivas sobre a maioria dos álbuns e autores premiados na edição imediatamente anterior.
No ano passado, foram distinguidos, por exemplo, os álbuns "Tormenta", de João Sequeira e André Oliveira, "Fósseis das almas belas", de Mário Freitas e Sérgio Marques, "Presas fáceis", de Miguelanxo Prado, e "V de Vingança", de Alan Moore e David Lloyd.
No campo da ilustração para a infância, Joana Estrela venceu o prémio de melhor desenho de livro português, com "Mana", e a espanhola Ana Pez venceu na categoria estrangeira, com "O meu irmão invisível".
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