Esta seria a 73.ª edição do festival, mas a organização chama-lhe o “ano zero”, reunindo filmes e espectadores “na grande praça digital” que é a Internet, com exibição paga e as receitas a reverterem para a rede de exibição suíça.
Em alternativa ao formato tradicional, o festival lançou a iniciativa “Locarno 2020, O Futuro dos Filmes”, para vinte projetos cinematográficos de “realizadores que foram forçados a parar de trabalhar por causa da pandemia”.
Neste programa há quatros projetos cinematográficos com produção portuguesa, que concorrem a um prémio monetário de 65 mil euros: “Selvajaria”, de Miguel Gomes, “Eureka”, de Lisandro Alonso, “When the waves are gone”, de Lav Diaz, e “Far West”, de Pierre-François Sauter.
Os realizadores selecionados para este programa puderam ainda escolher filmes que recordarão toda a história de Locarno. Miguel Gomes escolheu “O bobo”, de José Álvaro Morais, e Wang Bing sugeriu “Cavalo Dinheiro”, de Pedro Costa, que também serão exibidos ‘online’.
Na competição deste ano há também três curtas-metragens com coprodução portuguesa: “Nha Mila”, da realizadora portuguesa Denise Fernandes, “An act of affection”, do vietnamita Viet Vu, “Espíritos e rochas: Um mito açoriano”, de Aylin Gokmen, rodado nos Açores, às quais se junta “Um tordo batendo as asas contra o vento”, do suíço Alexandre Haldemann.
Para a edição deste ano de Locarno foi criado ainda o projeto “Padrinhos & Madrinhas”, no qual 14 realizadores apoiarão novos talentos do cinema numa programação de conversas e debates. Entre eles estão João Pedro Rodrigues e a dupla luso-suíça Sérgio da Costa e Maya Kosa.
Locarno abrirá com “First Cow”, de Kelly Reichardt, e encerrará no dia 15 com “La France contre les robots”, de Jean-Marie Straub, e com uma série de curtas suíças feitas em confinamento.
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