“O objetivo principal é o de sensibilizar, promover e estimular para a leitura, que é um desígnio de todos, já que é direcionada a todos os públicos, mas tem também o intuito muito de formação holística”, defendeu o presidente da Câmara Municipal de Nelas.
Joaquim Amaral acrescentou que esta formação “é na perspetiva das atividades culturais, na questão da pedagogia e na questão das atividades diversificadas” que abrangem públicos desde os bebés aos seniores.
“Além dos públicos diversos há também os contextos e os espaços que são utilizados, e este festival promove os espaços públicos, promove o contacto com a natureza, ao ar livre, e junta sinergias na promoção da intergeracionalidade”, defendeu.
O presidente da Câmara Municipal de Nelas, Joaquim Amaral, falava na apresentação da sétima edição do Festival Literário ELOS, a decorrer de 21 a 29 de abril, promovido pela autarquia num trabalho em rede com as bibliotecas do concelho, a Fundação Lapa do Lobo e os dois agrupamentos de Escolas, o de Nelas e o de Canas de Senhorim.
Com uma edição “especialmente dedicada” a Eugénio de Andrade e a António Torrado, é António Lobo Antunes, autor em foco no próximo ano, que vai dar nome a um percurso literário a inaugurar no dia 23, adiantou.
“António Lobo Antunes tem o coração em Nelas, onde passou a infância, nas férias, com os avós maternos, e com base nas suas memórias escritas em livros, vamos inaugurar o percurso literário que passa por lugares por ele descritos na sua literatura”, adiantou.
O percurso tem início na Biblioteca Municipal António Lobo Antunes, que acolhe também uma feira do livro, e onde está disponível um ‘QRCode’ que “indica os 14 locais que fazem parte das memórias” do escritor, como, por exemplo, “a loja do Sr. Casimiro onde se compravam os rebuçados”.
Numa conferência de imprensa em que as informações foram complementadas pelos coorganizadores, Rui Fonte, da Fundação Lapa do Lobo, destacou também “a reinauguração da biblioteca dos Bombeiros” Voluntários de Canas de Senhorim.
“O espaço tem estado fechado e vai reabrir para o festival e depois irá manter-se disponível, para já, nas tardes das quartas-feiras. É um espaço que conta com mais de 10.000 livros, sendo a maior parte do espólio doado [pelo professor] José Adelino”, anunciou.
No decorrer da semana há ainda concertos, um no dia 25 de Abril, “Cantos da Liberdade” e um outro, “Ruído Vário” a encerrar o festival, que conta com a participação de Ana Deus, antiga vocalista do grupo Três Tristes Tigres, e Luca Argel.
O escritor Virgílio Vieira dá início aos encontros e oficinas com estudantes dos dois agrupamentos, num total de cerca de 1.300 alunos, mais os da Universidade Sénior, que, “tendo em conta as idades terão atividades ajustadas” com os autores.
Também marcam presença, durante a semana, Armando Seixas Ferreira, Emanuel Mendes, Bruno Courinha, Gabriel Gomes, Elisabete Ramos e Miguel Gouveia que “podem não ser autores de renome, mas é também uma forma de os dar a conhecer”.
Rui Fonte destacou ainda uma exposição de fotografia “A Paisagem das Palavras” que dá, igualmente, nome à edição deste ano do festival, e um passeio sonoro, dirigido a toda a comunidade e dirigido por Fernando Mota.
A edição deste ano conta com uma das atividades ‘online’, “Liberta as palavras”, onde o pretendido é “acolher no espaço virtual leitores e ouvintes, através da leitura em voz alta, num total de sete horas seguidas”.
A bibliotecária do Agrupamento de Escolas de Canas de Senhorim, Celeste Sampaio, destacou também a final do concurso “Ler em voz alta” que teve início em janeiro, com a primeira prova, e agora conta com 24 alunos na final, três de cada agrupamento, num total de seis por cada ano de escolaridade, do terceiro ao sexto.
Os diversos espaços que acolhem o Festival Literário ELOS contam, durante essa semana, com a presença de “Leitores de Fraque” que “vão questionar as pessoas sobre os seus hábitos de leitura e, se necessário for, passar uma “coima”.
De 'serviço', hoje, na conferência de imprensa, estava o “Leitor de Fraque” Rui Fonte que 'multou' um dos presentes com o poema “Urgentemente”, de Eugénio de Andrade.
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