“Esta é uma decisão extraordinariamente difícil. Trabalhámos, ao longo dos últimos meses, em conjunto com as Autoridades de Saúde e os representantes do setor, em medidas que pudessem permitir o regresso dos festivais de verão em segurança. No entanto, não sendo ainda conhecidas as regras para a realização de grandes eventos, nem a resposta ao plano de contingência que elaborámos em colaboração com a Cruz Vermelha Portuguesa, e estando apenas a um mês das datas previstas, e face ao tempo necessário para a preparação e montagens, torna-se inviável a realização do Festival este ano”, lamentou a promotora Música no Coração, em comunicado.
A organização do festival disse ter aguardado “até ao limite do possível”, tendo consciência do impacto do adiamento nas “vidas dos artistas e profissionais envolvidos”, dos “patrocinadores e parceiros, da economia local” e do público.
Adiado de 2020 para 2021, o festival MEO Sudoeste estava marcado para os dias entre 3 e 7 de agosto deste ano, com a abertura do campismo a 31 de julho. Do cartaz faziam parte, entre outros, Bad Bunny, Major Lazer e Melim.
Os bilhetes do festival adquiridos para 2020 ou 2021 mantêm-se válidos para a edição de 2022, sem necessidade de troca ou emissão de novos ingressos.
No caso de reembolso, é possível solicitá-lo, nos termos previstos pela lei, nos 14 dias úteis seguintes à data prevista do festival em 2021.
“Depois de dois anos sem podermos realizar o MEO Sudoeste, quem mantiver o seu bilhete para desfrutar do Festival em 2022, estará a dar um contributo inestimável a um setor que atravessa um momento muito difícil”, salientou a organização.
Por causa das restrições para limitar a propagação da covid-19, pela situação pandémica noutros países, pelos diferenciados ritmos de vacinação e pela falta de clarificação das regras de realização deste tipo de eventos, este ano foram já adiados vários festivais de música, entre os quais o ID No Limits e o CoolJazz (ambos em Cascais), o Alive (Oeiras), o Rock in Rio Lisboa, o SBSR (Sesimbra), o Bons Sons (Tomar), o Primavera Sound (Porto), o Boom Festival (Idanha-a-Nova), o Barroselas Metalfest, o Músicas do Mundo de Sines, o Gouveia Art Rock, o Rolling Loud (Portimão), o Summer Fest (Ericeira, Mafra), o Amplifest (Porto), o Lisb-ON (Lisboa), o Vilar de Mouros (Caminha) e o Neopop (Viana do Castelo).
Entre abril e maio foram realizados quatro eventos-piloto em Braga, Coimbra e Lisboa, com plateia sentada e em pé, e com a realização prévia de testes de diagnóstico, gratuitos, aos espectadores, em colaboração com a Cruz Vermelha Portuguesa.
O objetivo destes eventos era definir, segundo o Governo, “novas orientações técnicas e a realização de testes de diagnóstico de SARS-CoV-2 para a realização de espetáculos e festivais”, mas ainda não são conhecidos os resultados destas iniciativas.
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