Concertos, dramatizações, cortejos, visitas guiadas, mostras de ofícios, vendas de produtos regionais e provas de doçaria conventual são algumas das atividades incluídas no programa do evento, que tem organização da Câmara Municipal e conta com o envolvimento de cerca de 40 coletividades locais.
"As monjas voltam a respeitar os seus tempos de oração no cadeiral do mosteiro, regem a sua vida na sala do Capítulo, dedicam-se às artes e aos cuidados médicos", anuncia a autarquia no convite dirigido à população para participar no evento que recria momentos dos séculos XVIII e XIX.
"Chegam de toda a parte individualidades que se cruzam com o povo e revivem-se episódios das invasões francesas e das lutas liberais, mas também momentos da vida religiosa, como a eleição da abadessa", acrescenta o documento.
Para o presidente da Câmara Municipal de Arouca, José Artur Neves, esses conteúdos históricos e a componente associativa do evento fazem dele "uma referência no âmbito das recriações", ajudando a "perpetuar o legado" de todos os que antes viveram no território.
Os três dias do programa constituem também "um bom pretexto para conhecer os Passadiços do Paiva, as Pedras Parideiras, o Radar Meteorológico e toda a paisagem que se estende a partir do miradouro do Detrelo da Malhada, na Serra da Freita".
Sempre com entrada livre, a recriação "História de um Mosteiro" tem início às 19:30 de sexta-feira com pregoeiros, charamelas e o cerimonial da entrega das Varas das Justiças. Em seguida abrem-se as portas do mosteiro - habitualmente só visitável com entrada paga - para que o público possa aceder a espaços monásticos como os claustros, as celas, a cozinha, a botica, a enfermaria, a rouparia, o arquivo, as salas da cera e da aprendizagem, e a chamada Porta da Caridade.
Até às 24:00 haverá ainda encenações sobre a Rainha Santa Mafalda, o combatente liberal Frei Simão de Vasconcelos e o arquiteto Carlos Gimac (que concebeu a igreja do mosteiro ao serviço de D. João V), assim como "banquetes extravagantes, um cortejo grandioso" e fogo-de-artifício.
No sábado, o programa do evento tem início às 16:00 e propõe uma série de recriações sobre o ano de 1809, quando "Luís Paulino d'Oliveira Pinto da França foi incumbido pelo Brigadeiro General Roberto Wilson de defender Arouca dos inimigos da Pátria".
Isso inclui encenações como a chegada de vários produtos para confeção da chamada Ceia dos Graves, a visita do Procurador do concelho de Vila Meã do Burgo para tratar da integração desse território no de Arouca, o relato da possível chegada de tropas francesas às terras da vila, o abandono de uma criança na Roda dos Expostos, a distribuição de pão aos pedintes e a tentação da mestra das noviças para fugir do mosteiro com o seu primo.
No último dia do evento, a "História de um Mosteiro" desenrola-se entre as 14:00 e as 20:00, incluindo episódios como um concerto de canto gregoriano com órgão, o regresso das freiras após a expulsão dos franceses, a eleição da nova abadessa e a escolta do prisioneiro liberal Frei Simão de Vasconcelos até Lamego.
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