O festival do Amor, das Cores e da Primavera é uma das maiores celebrações do ano do Hinduísmo. Vestidos de roupas desprovidas de cor, juntam-se na rua para atirar pó colorido , baldes e balões de água. Não falta música, dança e, claro, comida. Para além disso, também existem fogueiras cujas cinzas, após apagarem, são utilizadas para esfregar no corpo.
A origem do ritual com cinzas vem da seguinte lenda, onde o Demónio Hiranyakashayap, que queria ser rei, e se chateou com o seu filho Prahald que rezava a Vishnu, protetor e preservador do universo. Assim, Hiranyakashayap conspirou com a sua irmã Holika para matar o seu filho. Seguia o plano em que Holika atraía Prahlad até ao seu colo, ao pé de uma fogueira. Apesar do encanto proteger Holika das chamas, Vishnu salvou Prahlad, matando Holika no fogo e para Hiranyakashayap morrer logo depois às mãos de Vishnu. Prahlad acabaria por se tornar Rei.
Quanto ao ritual do pó colorido, baldes, balões de água, a origem está numa história de amor, entre Krishna, que acabou por ficar com pele azul após beber leite envenenado. Preocupado, Radha e ao explicar à mãe a situação, esta sugeriu que ele esfregasse a menina com pó colorido. Ao esfregar esse pó, de acordo com Sushma Jansair, curador do Museu Britânico, fez com que Radha se apaixona-se por Krishna.
O ritual dos pós coloridos continua a ser a maior tradição. Em Portugal, o SAPO24 falou com o Professor Shiv Kumar Singh, que leciona Hindi e Culturas da Índia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. De acordo com o catedrático, as celebrações do Holi são maioritariamente "feitas em Lisboa, no Templo Radha Krishna", mas, a tradição também já saiu um pouco da capital e um ponto de encontro é Santo António dos Cavaleiros.
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