O certame dedicado ao cinema vai abrir com o filme "O herói de Hacksaw Ridge", de Mel Gibson, avançou o diretor do LEFFEST, Paulo Branco, numa conferência de imprensa realizada no Centro Cultural de Belém (CCB), para apresentar a totalidade da programação, prevista para 11 espaços de Lisboa, Cascais e Estoril.
Paulo Branco destacou a presença, no festival, do poeta sírio Adonis, que virá lançar o livro "O Arco-íris Do Instante", traduzido por Nuno Júdice, e o escritor espanhol Enrique Villa-Matas, que lançará "Marienbad Eléctrico".
Além das retrospetivas e homenagens anteriormente anunciadas a Jean-Luc Godard e Jerzy Skolimowski, o LEFFEST apresentará também retrospetivas de Emir Kusturika, Teresa Villaverde - "mais do que merecida" - Pascal Bonitzer, Agustin Díaz Yanes e Daniel Rosenfeld.
O realizador franco-suíço Jean-Luc Godard, considerado o mestre da Nouvelle Vague, será homenageado com uma retrospetiva completa da sua obra - cerca de uma centena de filmes - e com um simpósio internacional.
Está também prevista a estreia mundial do filme "Pessoa/Lisboa", realizado por Alberto Ruiz de Samaniego e José Manuel Mouriño.
Em paralelo à exibição cinematográfica - filmes em ante-estreia ou competição, retrospetivas e homenagens - o LEFFEST apresenta, como nas edições anteriores, iniciativas como exposições, conferências, leituras, apresentações de livros, e concertos.
Sobre os dez anos do festival, Paulo Branco, escusou-se a fazer balanços, apontando que "outros os deverão fazer", mas que desde o início foi seu objetivo "era criar um grande festival em Portugal, com outras características, como um ponto de encontro de figurais mundiais do cinema".
Recordou "momentos únicos", com a presença de realizadores, atores e artistas ao longo dos anos, e lamentou que muitos "tenham passado despercebidos":"Infelizmente o espaço cultural nos media é cada vez mais reduzido", criticou o produtor.
Entre os convidados destacou a presença de Adonis, "um dos maiores poetas mundiais, um escritor imenso, numa altura em que está na lista dos nobelizáveis e que é tão importante o debate sobre o diálogo entre culturas".
Sobre o orçamento do festival, disse que este ano é ligeiramente inferior ao do ano passado, ascendendo aos 550 mil euros, com dezenas de parcerias: "Nenhum dos convidados recebe um ´cachet´ para estar aqui, o que é bastante raro de acontecer", sublinhou.
Em competição na 10.ª edição do LEFFEST vão estar os filmes "American Honey", de Andrea Arnold, "Bangkok Nites", de Katsuya Tomita, "Christine", de Antonio Campos, "Dogs", de Bogdan Mirica, "Elle", de Paul Verhoeven, "El Futuro Perfecto", de Nele Wohlatz, "Harmonium", de Kôji Fukada, "Big Big World", de Reha Erdem, "Little Men", de Ira Sachs, "Nocturama", de Bertrand Bonello, "The Last Family", de Jan P. Matuszynski, "The Last of Us", de Ala Eddine Slim, e "Sand Storm", de Elite Zexer.
Fora de competição, além do filme de Mel Gibson, serão exibidos, entre outros, "Uma História Americana", de Ewan McGregor, "Até Nunca", de Benoit Jacquot, "Bacalaureat" de Cristian Mungiu, "Certain Women" de Kelly Reichardt, "Gimme Danger", de Jim Jarmusch, e "Hell or High Water", de David Mackenzie.
Nas exposições está prevista a mostra de fotografia "Chema Prado/Series" e o projeto expositivo de "A Entrevista", de Anabela Soares e Emir Kusturica, no Pavilhão 31 - Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, além do debate “Cinema e Novas Tecnologias - As Sinergias do Futuro".
Os espaços do certame são onze: Cinema Medeia Monumental, Espaço Nimas, Casino Estoril, Centro Cultural de Belém, Centro Cultural de Cascais, Teatro Nacional D. Maria II, Teatro da Trindade, Casa das Histórias Paula Rego, Cinemateca, Cinema NOS Cascais Shopping e P31 - Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa.
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