Segundo um comunicado do ministério de Graça Fonseca, Joaquim Oliveira Caetano começou a trabalhar no MNAA em 1991, tendo sido diretor do Museu de Évora entre 2000 e 2010, de onde regressou ao museu da Rua das Janelas Verdes em 2010.
A tutela lembra que Joaquim Caetano, que nasceu em Beja em 1962, é “licenciado em História, variante de História da Arte pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Mestre em História da Arte pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, com dissertação sobre o pintor Diogo de Contreiras, e Doutor em História da Arte pela Universidade de Évora, com tese sobre o pintor quinhentista Jorge Afonso”.
Atualmente conservador da coleção de pintura do MNAA, Joaquim Caetano começou a trabalhar naquele museu em 1991, “dentro do programa de inventário nacional dos bens culturais móveis”.
Entre 1997 e 1999 “trabalhou na Biblioteca Nacional de Portugal” e, de 2000 a 2010, “foi diretor do Museu de Évora, hoje Museu Nacional de Frei Manuel do Cenáculo”.
Joaquim Caetano foi ainda professor na Escola Superior de Artes Decorativas, assistente convidado na Universidade de Évora e “é autor de dezenas de artigos e livros sobre história da arte portuguesa e europeia, sobretudo acerca da pintura do período moderno” e “foi comissário de várias exposições em Portugal e em Espanha e conferencista em museus e universidades europeias e brasileiras”.
O atual diretor do MNAA, António Filipe Pimentel anunciou em janeiro que deixaria o cargo em junho "por falta de condições" para trabalhar numa instituição que "está no limite das forças".
Nessa altura, em audição no parlamento, afirmou ter denunciado "a situação de rutura" da instituição a sucessivos ministros da Cultura, mas que nunca chegou a obter respostas às carências.
António Filipe Pimentel recordou que fez "denúncias sucessivas sobre as limitações orçamentais e a falta de recursos humanos", que tem obrigado ao encerramento temporário de várias salas do museu ao longo dos anos.
O trabalho de António Filipe Pimentel na liderança do MNAA, desde 2010, incluiu o lançamento inédito de campanhas públicas para a angariação de fundos para adquirir novas obras para o museu, a renovação de várias galerias, nomeadamente de têxteis, pintura e escultura portuguesas, e a realização de parcerias com privados para a realização de exposições internacionais.
António Filipe Pimentel também tem sido um dos vários diretores críticos da proposta de decreto-lei que o Governo preparou sobre o novo regime jurídico de autonomia de gestão dos museus, monumentos, palácios e sítios arqueológicos.
Criado em 1884, o MNAA é um dos museus com maior número de obras classificadas como tesouros nacionais, e é um dos mais importantes museus públicos devido ao seu espólio dentro do património histórico do país.
Numa entrevista ao jornal espanhol El Pais, publicada no domingo, Pimentel reiterou que “o primeiro museu de Portugal sofre abandono do Estado”, reafirmando que se “mantém um desinvestimento na instituição, em recursos humanos, condições financeiras e administrativas”.
“Há um abandono técnico por parte do Estado, que não assume este museu como um projeto seu. Isso vai danificar e levar o MNAA ao seu limite, ao ponto de as luzes, digamos assi, se apagarem, porque os museus, ao contrário dos monumentos, são lugares para programar e produzir felicidade nas pessoas”, afirmou.
António Filipe Pimentel conta que, desde que assumiu a direção do MNAA, conheceu sete ministros e que “apenas João Soares teve uma verdadeira consciência da importância do museu”. João Soares deixou a pasta há três anos e António Filipe Pimental diz que, desde então, não voltou a ter um contacto direto com os seus sucessores: Luís Filipe Castro Mendes e Graça Fonseca.
(Notícia atualizada às 13h35)
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