“Esta é uma programação de vozes, de imagens, de temas do mundo”, pode ler-se num comunicado, divulgado esta terça-feira pela organização, e que destaca um espaço que pretende levar os espectadores aos “múltiplos tempos do cinema e às mais diversas questões dos indivíduos e da sociedade”.
O italiano Claudio Carbone, autor de “Another Lisbon Story” (2017), leva a Lisboa a estreia mundial de “Until the Sun Dies”, uma produção portuguesa “que mostra a vida quotidiana e o tom de resistência dos povos indígenas americanos”.
O cineasta alemão Werner Herzog terá, nesta secção, a estreia portuguesa de dois filmes lançados este ano: “Nomad: In The Footsteps of Bruce Chatwin”, em que o realizador se inspira no amigo, o escritor e aventureiro britânico, para a sua própria viagem, e “Family Romance, LLC”, sobre como “o romance é um negócio” e filmado no Japão.
Exibido pela primeira vez no Festival de Cannes, o filme é um “retrato ficcional (com uma forte tendência visual documental) de uma componente da sociedade japonesa: o lado contratual do romance, da família e dos amigos”, pode ler-se num comunicado do DocLisboa.
Lech Kowalski, que em 2007 foi alvo de uma retrospetiva no festival, regressa ao certame para apresentar “Blow It To Bits”, estreado na Quinzena dos Realizadores de Cannes, e que retrata “a revolta, os protestos dos trabalhadores da fábrica GM&s”.
A curta-metragem “Où en êtes-vous, Teresa Villaverde?” é um retrato documental que a realizadora portuguesa apresentou no Centre Pompidou, por altura de uma retrospetiva no museu parisiense, estreando-se agora em Portugal.
“O Carnaval, as vozes, os cânticos, as buzinas de celebração na Estação Primeira de Mangueira, no Brasil, é o contexto retratado”, adianta a organização.
Do Brasil chegam novos filmes dos brasileiros Alberto Álvares (“O Último Sonho”) e Camila Freitas (“Chão”), enquanto o venezuelano Andrés Duque traz “Karelia: International with Monument”, sobre a região de Carélia, entre a Rússia e a Finlândia.
Sebastian Brameshuber segue um mecânico nigeriano a viver nos Alpes em “Movements of a Nearby Mountain”, numa programação que atravessa assuntos como o Brexit, em “Brexit Behind Closed Doors”, de Lode Desmet, e a Alemanha do século XX, em “Heimat is a Space in Time”, de Thomas Heise.
Heise vai ainda marcar presente na retrospetiva “Ascensão e Queda do Muro: O Cinema da Alemanha de Leste”, com outros cinco filmes a par da estreia nacional de “Heimat”.
Matthias de Groof traz em estreia internacional “Palimpsest of the Africa Museum”, sobre o Royal Museum for Central Africa, na Bélgica, no âmbito de uma “tentativa de descolonização do discurso do museu”.
“Hampton” é a curta-metragem de Kevin Jerome Everson e Claudrena Harold, também em estreia internacional, em mais um filme que se debruça sobre os alunos da Universidade da Virgínia, em Charlottesvile, “fortemente ligada a uma cultura de extrema-direita”.
O Festival Internacional de Cinema DocLisboa terá como outras secções uma retrospetiva do cinema da libanesa Jocelyne Saab e à Alemanha de Leste, naquela que será a última edição com os diretores Cíntia Gil e Davide Oberto, que vão sair do cargo após o fim da 17.ª iteração do evento.
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