Contactada pela agência Lusa, fonte da comunicação do Museu do Chiado indicou que desde a inauguração, a 12 de janeiro, até ao encerramento, a exposição recebeu um total de 40.209 visitantes, tendo sido a mais visitada desde a reabertura do museu, em 1994, após remodelação.

Ainda segundo o Museu do Chiado, a segunda exposição mais visitada foi "Picasso Mosqueteiro 1967-1972", em 1998, patente cerca de três meses, com 30.528 visitantes, e a terceira foi "Columbano Bordalo Pinheiro 1874 – 1900", em 2007, de três meses e meio, com 26.024 visitantes.

Em 2012, a mostra "O Modernismo Feliz. Art Déco em Portugal", patente cerca de cinco meses, atraiu 23.824 visitantes, "O Olhar Fauve", em 2006, patente cerca de três meses, com 23.426 visitantes, e "De Picasso a Dali", em 1998, também três meses, com 22.767 visitantes.

Para o museu, "o reconhecimento dos artistas, por parte do público e dos próprios media, é um fator determinante para o sucesso em termos de número de visitantes".

Depois de ter estado dois meses, no ano passado, no Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto, onde recebeu cerca de 43 mil visitantes, a mostra "Amadeo de Souza-Cardoso/Porto Lisboa/2016-1916", com 81 obras, viajou em janeiro para o Museu do Chiado.

Estas exposições evocam as duas realizadas há um século, pelo artista, respetivamente no Porto, no Jardim Passos Manuel, de 01 a 12 de novembro de 1916, e a segunda, em Lisboa, na Liga Naval Portuguesa, de 04 a 18 de dezembro.

Na Liga Naval, em Lisboa, Amadeo conseguiu apenas o espaço da sala de leitura para as suas 113 obras, mas, no Museu do Chiado, as 81 peças que a organização conseguiu reunir são acolhidas em cinco salas.

Esta evocação das exposições realizadas pelo próprio artista no Porto e em Lisboa, há 100 anos, resultou de uma proposta apresentada por Raquel Henriques da Silva, historiadora de arte e curadora da mostra, em conjunto com Marta Soares.

Almada Negreiros chegou a distribuir um manifesto no qual escrevia que a exposição de Amadeo de Souza-Cardoso era mais importante do que a descoberta do caminho marítimo para a Índia, por Vasco da Gama.

Amadeo de Souza-Cardoso vivia em Paris, mas regressou a Portugal no início da Primeira Guerra Mundial como um pintor reconhecido nos meios da vanguarda, tendo participado em exposições coletivas em Paris, Berlim, Nova Iorque, Chicago, Boston e Londres.

As duas exposições de 1916 foram as últimas feitas em vida do artista, que viria a morrer dois anos mais tarde, vítima da gripe espanhola, com apenas 31 anos.