Para o festival, que cumpriu a 31.ª edição, tinham sido selecionadas as curtas-metragens portuguesas "Penúmbria", de Eduardo Brito, "Cidade Pequena", de Diogo Costa Amarante, e "Balada de um batráquio", de Leonor Teles.
O júri do festival atribuiu o prémio máximo da competição internacional a Leonor Teles pelo caráter experimental do filme e por conter uma declaração política, lê-se na página oficial.
"Balada de um batráquio" aborda a prática comum em Portugal do uso de sapos de cerâmica por lojistas e proprietários de cafés e restaurantes, como forma de evitar a entrada de membros da comunidade cigana, que têm várias superstições ligadas ao animal.
Num gesto simbólico contra o preconceito, Leonor Teles surge no filme a entrar em lojas e a destruir alguns desses sapos de cerâmica.
A realizadora, que tem ascendência cigana, já se tinha focado na comunidade cigana em "Rhoma Acans", primeiro filme feito em contexto escolar, e admitiu que a impotência sentida a inspirou a desenvolver uma nova abordagem em "Balada de um Batráquio".
A curta-metragem foi apresentada pela primeira vez em 2016 no Festival de Cinema de Berlim, onde ganhou o Urso de Ouro.
Desde então, o filme já foi exibido em mais de 80 festivais e encontros de cinema em Portugal e no estrangeiro e recebeu vários prémios, nomeadamente no Festival de Curtas de Belo Horizonte (Brasil), Festival de Cinema de Hong Kong e Caminhos do Cinema Português, em Coimbra.
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