A condecoração acontece no dia em que o músico, cantor, compositor e produtor musical completa 80 anos, como recorda a nota publicada no ‘site’ da Presidência da República.
José Cid nasceu em 04 de fevereiro de 1942.
Em 2019, recebeu o Grammy de Excelência Musical, da Academia Latina de Gravação, por “contribuições de significado artístico excecional para a música latina”.
Fundador d’Os Babies, em 1956, uma banda de ‘covers’ de sucessos da época, foi com o Quarteto 1111 que “criou as bases do rock português”, na década de 1960, como destacou a organização norte-americana dos chamados Grammys Latinos, dando como exemplo canções como “A Lenda De El-Rei D. Sebastião”, e o mais tardio álbum “10.000 Anos Depois Entre Vénus e Marte”, de 1978, que definiu como “uma obra-prima do rock progressivo”.
José Cid representou Portugal em diversos festivais internacionais, designadamente em Tóquio, em 1971, na Organização Ibero-Americana de Televisão (OTI), em 1979 e 1981, e na Eurovisão, em 1980, e soma mais de 60 anos de carreira, com dezenas de álbuns e atuações regulares em festivais e concertos.
Canções como “Uma Cabana Junto à Praia”, “Um Grande, Grande Amor”, “Uma Lágrima”, “20 Anos” e “A Minha Música” representam alguns dos seus maiores sucessos.
Em 2015, o seu álbum “Menino Prodígio” foi distinguido com o Prémio Pedro Osório, em 2018, publicou “Clube dos Corações Solitários do Capitão Cid” e, em 2020, recebeu o Prémio António Quadros, pela sua carreira.
No final do ano passado, regressou ao rock progressivo, com “Vozes do Além”, o seu 25.º álbum de estúdio, no qual canta poetas como Natália Correia e Sophia de Mello Breyner Andresen.
Para o verão deste ano, tem anunciada a publicação de “Tozé Cid”, álbum que materializa um projeto comum com Tozé Brito, dedicado a canções do Quarteto 1111 – de que ambos fizeram parte -, proibidas pela censura, durante a ditadura, como “Domingo em Bidonville”, “Lisboa ano 3000” e “João Nada”.
Numa entrevista à agência Lusa, sobre este próximo álbum, em dezembro passado, José Cid disse tratar-se de um “documento importante para a música popular portuguesa”, que recupera “pop criativo, ‘underground’, interveniente e crítico do sistema entre 1968 e 1973”.
“No final dos anos 1960, início dos 70, existiu em Portugal o grupo mais perseguido pela censura, mais maldito, mais ousado: o Quarteto 1111”, recordou então José Cid enumerando temas censurados pelo Estado Novo como “Pigmentação”, “o primeiro que se escreve em Portugal sobre a xenofobia”, e “Todo o mundo e ninguém”, “um poema de Gil Vicente que o [‘rapper’ e produtor norte-americano] Jay-Z incluiu [no tema ‘Marcy Me’ de ‘4:44’] no último álbum dele”.
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