Em declarações à agência Lusa, Maria João Luís explicou que é a primeira vez que transpõe para palco uma obra de banda desenhada, contando com adaptação da dramaturga Ana Lázaro e produção do Teatro da Terra, de que é fundadora.
“Achei aquilo tão belo e teatral, e até cinematográfico, e pensei, como não posso fazer disto um filme, porque não tenho esses meios, vou tentar encontrar alguém que faça uma boa adaptação da BD para teatro, e vou pôr em cena o espetáculo”, lembrou.
“Balada para Sophie” junta o argumentista português Filipe Melo e o desenhador argentino Juan Cavia num romance desenhado que convoca um imaginário do cinema, da música e da literatura.
Com mais de 300 páginas, o livro tem como ponto de partida a rivalidade entre dois pianistas franceses, que nos anos de 1930 competem num concurso de jovens talentos.
A história é contada na perspetiva de um dos pianistas, Julien Dubois, que, sabendo-se no fim de vida, procura redimir-se do passado numa longa entrevista com uma jornalista.
A questão da rivalidade entre os pianistas – François Samson e Julien Dubois – é o desencadeador da narrativa, que se estende entre os anos de 1930 e 1990, como contou Filipe Melo à agência Lusa em 2020, quando o livro foi publicado.
Maria João Luís diz que “Balada para Sophie” “é uma história extremamente humana”.
“Fala bastante dos defeitos humanos, do ciúme, da inveja, da culpa, e depois fala do amor, que é o que está no centro de toda a obra, a paixão pela música, por uma mulher”, sublinhou a atriz e encenadora.
Na adaptação teatral, “Balada para Sophie” conta com interpretação de Ana Saragoça, Andreas Piper, Inês Curado, Rodrigo Saraiva, Sérgio Gomes, Sílvia Figueiredo, Tadeu Faustino e António Fragoso, Filipe Gomes, Paulo Amado.
“Balada para Sophie” estreia-se no domingo no Fórum Cultural do Seixal, ficando em cena até 02 de abril, estando depois disponível para digressão pelo país.
O Teatro da Terra foi fundado em 2009 por Maria João Luís e Pedro Domingos, esteve sediado até 2019 na região do Alto Alentejo. Atualmente, a companhia programa no Fórum Cultural do Seixal.
Entre as produções mais recentes do Teatro da Terra estão “Ermelinda do rio”, de João Monge, “Sonho de uma noite de verão”, de Shakespeare, “A pulga atrás da orelha”, de Georges Feydeau, “O lugre”, de Bernardo Santareno, todas encenadas por Maria João Luís, e “A última refeição”, de António Cabrita, com encenação de António Pires.
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