É a terceira vez que Mário Cláudio é distinguido com este prémio, depois de o ter vencido em 1984, com "Amadeo", e em 2014, com "Retrato de rapaz".
Segundo a APE, que atribui o prémio em conjunto com a Direção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas (DGLAB), a decisão do júri foi por maioria, sublinhando-se "o invulgar domínio da língua portuguesa e o modo como [o autor] prende a atenção do leitor, criando linhas de expectativa na composição do xadrez narrativo".
"Tríptico da Salvação", editado pela Dom Quixote, "volta a pôr em cena a extraordinária competência do autor para recriar ambientes: cores, sons, sabores", justifica o júri.
Mário Cláudio é o pseudónimo literário de Rui Manuel Pinto Barbot Costa, nascido em 1941 no Porto. Licenciou-se em Direito e lançou a sua primeira obra, um livro de poesia intitulado “Ciclo de Cypris”, em 1969.
Com uma obra que se estende pelo conto, novela, crónica, teatro, escrita infantojuvenil, ensaio e romance, Mário Cláudio já recebeu várias distinções literárias, nomeadamente o Prémio PEN-Clube Português de Novelística, o prémio D. Dinis e o Prémio Pessoa (2004), pela conjunto da obra.
Mário Cláudio foi agraciado com as comendas da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, de ‘Chevalier des Arts et des Lettres’, atribuída pelo Ministério francês da Cultura, e da Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
No final do ano passado, recebeu título de doutor 'honoris causa' da Universidade do Porto, pelos 50 anos de vida literária e pela colaboração cívica que desenvolve a partir daquela cidade.
O júri do Grande Prémio de Romance e Novela 2019 integrou José Manuel de Vasconcelos Ana Paula Arnaut, António Pedro Pita, Cândido Oliveira Martins, Isabel Cristina Rodrigues e José Carlos Seabra Pereira.
A escolha não foi unânime, porque Isabel Cristina Rodrigues votou em "A visão das plantas", de Djaimilia Pereira de Almeida, uma das finalistas ao prémio.
Os outros finalistas ao prémio, anunciados esta semana pela APE, eram "O gesto que fazemos para proteger a cabeça", de Ana Margarida de Carvalho, "Homens de Pó", de António Tavares, e "A luz de Pequim", de Francisco José Viegas.
Nesta edição tinham sido admitidas 60 obras a concurso.
O Grande Prémio de Romance e Novela, instituído em 1982 e com 15 mil euros de valor monetário, é uma iniciativa da APE com o apoio da DGLAB, da Câmara Municipal de Grândola, da Fundação Calouste Gulbenkian e do Instituto Camões.
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