Inaugurada a 09 de maio, a 57.ª Exposição Internacional de Arte de Veneza, uma das maiores montras internacionais de arte contemporânea, encerrou no domingo, tendo apresentado um trabalho de esculturas de José Pedro Croft.
Contactada pela agência Lusa, fonte da Direção-Geral das Artes (DGArtes), que organiza a representação de Portugal no certame, indicou que a mostra teve 16.110 visitantes durante os quase sete meses de exposição.
De acordo com a página oficial da bienal, a edição deste ano recebeu um total de 615.152 visitantes, 45% dos quais italianos, numa média de 3.434 pessoas por dia.
A Bienal de Arte de Veneza deste ano recebeu projetos de 57 países participantes e o Leão de Ouro, prémio para a melhor participação nacional, foi atribuído à Alemanha, pelo projeto da artista Anne Imhof.
O Brasil recebeu uma menção honrosa para a instalação “Chão de caça”, da artista mineira Cinthia Marcelle, de 42 anos, que criou uma peça em vídeo, em parceria com o realizador Tiago Mata Machado, sobre as preocupações da sociedade contemporânea brasileira.
Portugal participou com seis esculturas criadas pelo artista José Pedro Croft, através do projeto "Medida Incerta", com curadoria do historiador de arte João Pinharanda, instalado na Villa Hériot, na Ilha de Giudecca.
Quando da apresentação, em Lisboa, antes da exposição em Veneza, em declarações à agência Lusa, o artista revelou que, "num primeiro momento, o projeto foi pensado para o Campo di Marte, onde o arquiteto Álvaro Siza tem um projeto de habitação social, construído parcialmente", sendo que o restante está a ser terminado.
No entanto, devido a constrangimentos administrativos em Veneza, a DGArtes teve de procurar outro espaço.
A solução encontrada foi a Villa Hériot, nas imediações do edifício de Siza, onde as estruturas em aço, vidro e espelho estão instaladas a refletir a realidade em seu redor, nos jardins, e ainda uma exposição no edifício.
"É um enorme desafio e responsabilidade. Veneza é um palco internacional com uma enorme visibilidade, em que eu tenho a consciência de que, além do meu trabalho, vou representar o meu país", comentou o artista, na altura, sublinhando que se tratava de "uma embaixada".
O projeto "Medida Incerta" é descrito como uma "desconstrução do plano e da ortogonalidade, um jogo entre a objetividade do espaço e a sua ilusão, um desafio à sua estabilidade e equilíbrio".
No final de março, quando a escultura foi montada na Póvoa de Varzim, foi conhecida a aquisição da obra pela Câmara Municipal de Matosinhos e a sua localização futura, após o regresso de Veneza, na paisagem da Casa da Arquitetura, na antiga Real Vinícola.
A obra de José Pedro Croft está representada em diversas coleções públicas e privadas, nomeadamente no Banco Central Europeu, em Frankfurt (Alemanha), no Museu Rainha Sofia, em Madrid (Espanha), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (Brasil) e na Coleção Albertina, em Viena (Áustria).
Em Portugal, está presente nas coleções da Caixa Geral de Depósitos, da Fundação Calouste Gulbenkian e do Museu Berardo, em Lisboa, na coleção António Cachola, no Museu de Arte Contemporânea de Elvas, e na Fundação de Serralves, no Porto, entre outras.
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