Contactado pela agência Lusa sobre o acidente ocorrido com um turista, que derrubou a escultura do século XVIII do "Arcanjo São Miguel", o diretor garantiu que "não teve origem em questões museográficas", no percurso da exposição.
"Estavam acauteladas, obviamente, todas as condições de segurança da obra. O que não estava acautelado, e não pode nunca estar acautelado, é que alguém se desloque em marcha atrás, porque todos os dispositivos de proteção das obras de arte são feitos para a aproximação frontal, para inibir que a pessoa possa tocar na obra", explicou.
Na segunda-feira, o MNAA anunciou que será constituída uma equipa multidisciplinar para a recuperação da estátua do "Arcanjo São Miguel", e tratar "fraturas, ruturas, deslocamentos e perdas pontuais da camada de acabamento policromo".
António Filipe Pimentel disse à Lusa que "a obra estava estável, fixada como deve ser, com um perímetro de segurança e proteção, que funcionou ao contrário do que devia, devido à aproximação" diferente do próprio turista.
Considerou ainda que o turista que danificou a escultura, se deslocou de forma imprudente, mas que "estará seguramente tão consternado como nós".
"É aquilo que todos os diretores de museus mais temem e detestam. Mas acontece", acrescentou, sobre o acidente, que levou o Ministério da Cultura a anunciar uma avaliação.
No domingo, a tutela emitiu um comunicado indicando que a Direção-Geral do Património Cultural "vai avaliar em detalhes os danos e a necessidade de alterar a musealização da exposição, que foi inaugurada este verão, por forma a prevenir acidentes”.
Questionado sobre se a exposição teve a vigilância reforçada, o diretor do museu indicou que as mesmas condições se mantêm, e que espera o fim de um concurso para o preenchimento de três vagas até ao final do ano.
Garantiu que a exposição vai continuar aberta ao público, na sequência da retirada da peça: "Agora temos de nos concentrar na etapa seguinte, após a avaliação dos estragos e iniciar o processo de restauro da escultura para que ela volte à fruição pública o mais próximo possível", apontou.
Após seis meses de obras, o terceiro piso do museu - dedicado à pintura e escultura portuguesas - reabriu com um novo percurso da exposição permanente, com 243 obras, na maioria pintura (152 peças), e um terço de escultura (91 peças) de autores portugueses, do século XIV ao XIX.
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