Ouça aqui o episódio do podcast Um Género de Conversa com Sandra Pereira:
Relatora sombra do próximo relatório sobre a prostituição na União Europeia, sabe que a discussão será difícil e pouco consensual. “Durante a covid percebia, ia para a serra, na estrada nacional, e vi que voltaram mulheres a prostituir-te. Em momento de crise, as mulheres recorrem ao que conseguem. É uma alternativa para as mulheres pobres, migrantes. Quem tem recursos não quer ser prostituta, ninguém quer”.
Nesta conversa gravada em Estrasburgo, a convite do Parlamento Europeu, Sandra Pereira explica a Patrícia Reis e Paula Cosme Pinto o quanto lamenta que as pessoas em geral considerem que os políticos são todos iguais e garante que “não é verdade. Há pessoas que estão cá pela causa, no nosso caso estamos cá para defender os trabalhadores e o povo português”. E acrescenta: “Há bastante iliteracia política. Muitas pessoas não sabem como funciona uma junta de freguesia. É importante levar as escolas a uma assembleia de freguesia, ou assembleia municipal. Saber como as pessoas podem participar junto do poder político local. Todos podemos fazer política”.
O seu discurso faz-se sempre na primeira pessoa do plural – um “nós” típico da narrativa do Partido Comunista – mas sempre com um cunho pessoal. Não esconde que o bicho da política se instalou, que gosta de contribuir e de sentir que pode trabalhar para melhorar a sociedade. Não se recusa a responder a nada, mas tem ela própria muitas perguntas: “Há uma propaganda que diz que as mulheres têm de ter direitos, têm de ter igualdade. Então, por que é que não se aumentam os salários das mulheres? Por que é que continua a existir disparidade salarial entre homens e mulheres? Por que é que as mulheres continuam sem ter direitos sexuais e reprodutivos, mesmo que isso estejam consagrado na lei?”
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