Uma vez por mês, Beatriz Canas Mendes e Elisa Baltazar anunciam nas páginas criadas para o efeito (Facebook e Meetup) uma data e um tema. O local, antes desta pandemia, era sempre o mesmo. N’A Sala, em Lisboa, juntava-se um grupo onde cada participante trazia um texto escrito, para que o mesmo fosse lido e comentado pelos restantes participantes. São dois os objetivos da iniciativa: escrever e escrever melhor.
E se é verdade que quando no passado mês de fevereiro a escolha do tema Amor (cujos textos foram publicados no SAPO24 - pode lê-los aqui) parecia óbvia, não é menos verdade que quando, há uns meses, foi escolhido o tema Liberdade para o mês de abril, estávamos longe de imaginar que essa mesma palavra, nesta altura, poderia ter um significado ainda mais abrangente do que aquele que é tipicamente associado a este mês no nosso país.
Não foi possível que o grupo se reunisse presencialmente no sítio do costume, mas nem por isso se deixou de escrever. Adiou-se o encontro por uma semana (regra geral, ocorre sempre na primeira segunda-feira do mês) e recorreu-se às tecnologias digitais para garantir que se cumpriam as normas da Direção-Geral da Saúde em tempos de pandemia.
Ao grupo costuma juntar-se um convidado especial, alguém ligado à escrita e/ou comunicação e este mês não foi exceção. Através da plataforma Zoom, onze participantes receberam Francisco Sena Santos, professor na Escola Superior de Comunicação Social e cronista no SAPO24.
Assim, em frente a um computador, leram-se os textos, recomendaram-se leituras e conversou-se sobre estes tempos estranhos que vivemos. Os textos, esses, não se ficaram nem por essa liberdade reivindicada em 1974, nem pela liberdade (ou falta dela, dependendo da perspetiva de cada um) dos tempos que correm. Escreveu-se e leu-se sobre várias liberdades, nos textos que se poderão ler no próximo sábado, dia 25 de Abril e Dia da Revolução, aqui no SAPO24.
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