A conversa com Os Primos na íntegra:
Neste episódio do podcast, os convidados — que não são fãs do termo "criadores de conteúdo" nem se reveem na definição de youtubers "porque fariam o mesmo noutra plataforma" — falaram sobre os seus reacts, do seu espetáculo no Coliseu e até de um episódio caricato em que Ricardo Araújo Pereira (sim, o RAP) os recebeu em casa de tronco nu.
Quem são Os Primos?
O canal de YouTube "Os Primos" não é bem o que se está à espera destas andanças: não há aqueles cortes rápidos ou uma edição/montagem com memes e adereços visuais, típicos de um vídeo que caracteriza a plataforma. Nope. Neste canal, além de nunca se saber muito bem o que esperar no início de cada vídeo até chegar a "saudação inicial" (What Up!, What Up!), o processo demora o seu tempo e o gozo está em desfrutar da jornada (os vídeos têm uma duração entre os 20 a 40 minutos).
E quem não consome este tipo de conteúdo ou anda muito pelo YouTube poderá não estar ciente do fenómeno, mas os seus vídeos são extremamente populares e Os Primos são dos criadores nacionais com mais subscritores no Patreon (plataforma que permite aos "patronos" subscrever e pagar diretamente aos criadores de conteúdos uma mensalidade pelo seu trabalho).
Na sua larga maioria, os vídeos publicados por Iuri e Rui são os chamados "reacts", ou seja, vídeos em que reagem a algo e tecem o seu comentário sobre o que estão a ver. Porém, diga-se, esse "algo" são quase sempre vídeos de outros youtubers portugueses. A diferença entre eles é que Os Primos são de outra faixa etária — e isso nota-se. Iuri é o primeiro a dizê-lo, em que assume já terem sido chamados de "velhos".
Isto explica-se pelo facto de o público que consome e anda na esfera do YouTube nacional ser mais novo, por norma na adolescência e a entrar na vida adulta. Já os primos estão nos 30, são casados e pais; a experiência e visão de vida é outra. E a sua reação genuína e autêntica aos comportamentos de outra geração chama e prende a atenção das pessoas que param nos seus vídeos. Além disso, os seus maneirismos e expressões parecem agradar a vários grupos etários; os da mesma idade por se identificarem com o que dizem, os mais novos por partilharem da mesma opinião.
"O fixe em relação a isso é às vezes termos o feedback de pais que se juntam com os filhos para verem os nossos vídeos. Isso é muito bacano. Dá para todos", frisa Iuri.
Nesta entrevista
A conversa dispersou por vários temas, mas destacam-se duas histórias: o convite feito a Manuel Luís Goucha e o episódio de "Café com Mel" com Ricardo Araújo Pereira, rubrica especial dos primos que os levou a falar, por exemplo, com Ric Fazeres, Diogo Batáguas ou Sam The Kid (esses episódios podem ser vistos aqui).
No caso da primeira, "Os Primos" estavam a fazer um direto no Patreon e resolveram enviar uma mensagem Manuel Luís Goucha. No vídeo, é possível ver Iuri a sofrer um bocadinho de vergonha e Rui bem à vontade com isso ("What Up, What Up, Senhor Gouchaaaaaa!").
É-nos explicado depois que há toda uma estratégia do duo na hora de endereçar os convites para os seus diretos no Patreon ou para o seu podcast (chama-se "CARROSSEL"): envio de uma mensagem áudio.
"É uma coisa que costumamos fazer e acho engraçado porque o Rui… Houve uma que não chegámos a mandar, mas o Rui foi What up, What up meu putooo!", diz-nos entre risos Iuri, prontamente interrompido pelo primo Rui, que confessa ter-se "esticado" nesse caso, referindo que "aquilo saiu sem querer".
Mas voltando a Ricardo Araújo Pereira. É que além de RAP ter recebido os primos em sua casa em tronco nu e a suar depois de um treino para gravar "Café com Mel" (detalhes no nosso podcast!), RAP é, aparentemente, fã da sua música. Contexto: o humorista esteve presente no último espetáculo da tour "Os Primos Na Via", gravado no Coliseu dos Recreios, no final de 2021. E RAP não se limitou a estar presente na plateia; RAP sabia as músicas — não apenas uma, mas várias — do duo e foi apanhado a cantar as letras (além de reações, os primos também cantam hip-hop e têm um alter-ego musical: o Smile e o Rapbruista).
Quando pedimos uma reação aos primos sobre isto, Iuri explica que se calhar é a falta de conhecimento de RAP neste estilo musical que o leva a gostar das músicas. "Pelo que sei, [o Ricardo Araújo Pereira] não ouve muito rap. Portanto, impressiona-se com pouco. Acho que é isso", explica Iuri.
Esta entrevista está disponível na íntegra no podcast Acho Que Vais Gostar Disto, disponível nas plataformas habituais.
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