
O registo oficializa o pastel de feijão como um produto de produção exclusiva do concelho de Torres Vedras, no distrito de Lisboa, segundo a publicação oficial da Comissão Europeia.
Em janeiro, a União Europeia atribuiu a indicação geográfica protegida ao pastel de feijão de Torres Vedras, ficando definido um prazo de três meses de consulta pública antes de inscrever o doce típico no registo das Indicações Geográficas Protegidas (IGP) da União Europeia.
O pastel de feijão de Torres Vedras “é um pastel tradicional português, feito com uma massa fina e crocante chamada ‘forra’ e um recheio doce de feijão branco, amêndoas, gemas de ovo e açúcar”, é referido na publicação.
“Caracteriza-se pela sua crosta translúcida, que revela o recheio, e pelo seu sabor pronunciado a amêndoa, equilibrado pela doçura do feijão”, lê-se ainda na publicação, referindo-se também que se trata de um doce “produzido exclusivamente no concelho de Torres Vedras, na zona norte de Lisboa, com um saber-fazer transmitido de geração em geração desde o século XIX”.
“Esta tradição local, a sua embalagem de papel característica e a sua reputação histórica fazem do pastel de feijão de Torres Vedras um símbolo gastronómico da região”, sustenta a Comissão Europeia na informação sobre o processo de certificação iniciado em 2013 pela ACIRO e pela Câmara Municipal de Torres Vedras.
No concelho, existem cerca de 30 fabricantes, dos quais 20 participaram no processo de certificação.
Estima-se que haja uma produção anual de 1,5 milhões de pastéis de feijão, com um retorno de meio milhão de euros à economia local.
O fabrico dos pastéis de feijão em Torres Vedras começou no final do século XIX, em casa de uma mulher que, mais tarde, começou a vendê-los. O negócio passou para os descendentes, tendo daí nascido várias empresas. Ainda no final do século XIX, era considerado o doce típico de Torres Vedras.
Nem as dificuldades de abastecimento de produtos alimentares provocadas por diversas crises ou pelas duas guerras mundiais e, mais recentemente, a pandemia de covid-19, fizeram parar a produção ou abrandar as vendas.
Entre os registos históricos mais antigos, é mencionado que, em 1896, foi um dos 38 doces incluídos na Exposição Etnográfica Portuguesa, integrada no programa da exposição comemorativa do quarto centenário da primeira viagem de Vasco da Gama à Índia.
O pastel de feijão de Torres Vedras figura em várias publicações nacionais como sendo um dos produtos tradicionais portugueses.
Trata-se de um doce de pastelaria, de pequeno formato, feito de açúcar, amêndoa, feijão e gema de ovo, ingredientes aos quais se acrescenta farinha e margarina para a capa do recheio. Depois de preparado, vai a cozer ao forno.
Comentários