A apresentação das novidades da temporada do grupo editorial, feita hoje pela primeira vez no Porto, incluiu ainda a publicação de “Morrer na Primavera”, do alemão Ralf Rothmann, pela Sextante, de uma nova tradução de “O Homem Revoltado”, de Albert Camus, pela Livros do Brasil, e da poesia reunida de David Mourão-Ferreira e de José Agostinho Baptista, pela Assírio & Alvim.
A assinalar os 75 anos, a Porto Editora lança “Longa Pétala de Mar”, da chileno-norte-americana Isabel Allende, que se inspira na história de refugiados espanhóis chegados ao Chile a bordo do navio Winnipeg, em 1939, segundo uma entrevista dada em agosto à Deutsche Welle.
"Eu não tinha em mente escrever sobre o Winnipeg, mas comecei a sentir no ar o tema das migrações e dos refugiados, que sempre existiram, mas que agora chegam aos portões da Europa e se tornam notícia. Também nos Estados Unidos, o que se agravou muito com Trump", disse a autora à DW.
Nas novidades literárias, encontra-se igualmente “Milkman”, de Anna Burns, vencedor do prémio Booker do ano passado, bem como do prémio Orwell para Ficção Política deste ano.
Na Assírio & Alvim, para além da edição de “grande parte da obra poética” de José Agostinho Baptista e da poesia reunida de David Mourão-Ferreira, vai ser publicada uma nova edição de “O Livro de Joaquim”, de Daniel Faria, bem como um novo de Ana Luísa Amaral, intitulado “Fiat”.
“Fiat” é um diálogo entre a poesia da autora e “um discurso estético das artes plásticas em relação à representação da imagem bíblica”, afirmou, na apresentação, o editor Vasco David.
A mesma editora vai publicar o romance “Falésia”, de Vítor Nogueira, que tem lugar na Ericeira, durante o período da Segunda Guerra Mundial.
No começo da apresentação das novidades literárias da temporada, o editor Manuel Alberto Valente destacou três reedições de autores portugueses: “Contos da Sétima Esfera”, primeiro livro de Mário de Carvalho, “Paisagem com Mulher e Mar ao Fundo”, de Teolinda Gersão (“um dos primeiros do pós-25 de Abril que dá uma imagem do Estado Novo e do que era a vida no Estado Novo”), e “Fado ou Dentro de Ti Ver o Mar”, de Inês Pedrosa.
Valente salientou ainda que vai ser editado, até ao final do ano, o mais recente romance de Francisco José Viegas.
O novo livro de Thomas Harris, “Cari Mora”, também se encontra nos destaques da editora, tratando-se do primeiro livro do autor desde 1975 a não incluir a personagem de Hannibal Lecter, que o celebrizou.
A Porto Editora vai também publicar “No Escuro”, ‘thriller’ de Cara Hunter, bem como “Suite 405”, de Sveva Casati Modigliani, e os romances históricos “A Rede de Alice”, de Kate Quinn, e “As Filhas do Capitão”, de María Dueñas, entre outros.
Até ao final do ano será também lançado “Middle England”, de Jonathan Coe, e iniciada a reedição da “trilogia Bascombe”, de Richard Ford, com “O jornalista desportivo”.
Já disponível, pela Sextante, está “Peregrinação”, de Olivier Rolin, autor que esteve em residência literária em Cascais e que viu esta semana a obra ser nomeada para o prémio Goncourt. A mesma chancela lança ainda “Trieste”, de Dasa Drndic, de quem será publicado “Belladonna”, no próximo ano.
Para além de Rothmann, a Sextante vai publicar “Memórias de um Urso Polar”, de Yoko Tawada.
Na não-ficção, a Porto Editora realça ainda a autobiografia oficial do músico Elton John, intitulada “ME”, e “Política para Perplexos”, do espanhol Daniel Innerarity.
Do jornalista Germano Silva vai ser publicado “Porto – Profissões (quase) desaparecidas”, que “relembra e dá a conhecer alguns dos muitos ofícios que ocupavam as gentes do Porto, alguns entretanto desaparecidos, outros adaptados aos tempos modernos”.
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