Em ano de celebrar o 25.º aniversário, e após o evento ter sido suspenso em março passado por causa da pandemia da covid-19, a organização do Portugal Fashion (PF) assume que quer regressar, nos dias 15, 16 e 17 de outubro, ao seu quartel general da Alfândega do Porto, com um modelo de apresentação “reinventado” e com a missão de “proteger o talento nacional”, criando um “modelo híbrido”, onde se vão conjugar, ora desfiles ao ar livre, com a premissa das distâncias exigidas pela Direção-Geral da Saúde, ora desfiles 'online' apresentados digitalmente.
"A crise sanitária motiva uma reinvenção profunda do evento, consubstanciada em novos modelos de organização dos desfiles, novas formas de comunicação das criações e novos modos de interação com o público”, explicou a diretora do PF, Mónica Neto.
Além das alterações impostas pela covid-19, o PF vai ser diferente nesta edição, "em função do momento difícil que a moda portuguesa atravessa, à semelhança de muitas outras atividades económicas e culturais”, acrescenta Mónica Neto, referindo que o impacto socioeconómico da pandemia está a “penalizar fortemente a fileira moda” e que, por isso, o Portugal Fashion tem o “dever acrescido de apoiar e dar esperança a criadores e marcas”.
É nesta edição do 25.º aniversário, que vão desfilar as novas coleções primavera-verão 2021 de criadores e marcas como Alexandra Moura, Alves/Gonçalves, David Catalán, Hugo Costa, Luís Onofre, Maria Gambina, Marques’Almeida, Miguel Vieira, Katty Xiomara, Sophia Kah, entre outros, bem como vai ser a estreia da Ernest W. Baker, marca de ‘menswear’ na qual se revela o talento dos jovens ‘designers’ Reid Baker e Inês Amorim.
A marca portuguesa Ernest W. Baker, que é uma homenagem ao avô homónimo de Reid, fez parte, em julho último, do calendário oficial da Semana de Moda de Paris, e está à venda em Itália, Canadá, Japão, Hong Kong, China e Coreia do Sul, revela a organização.
"Hoje, talvez como nunca nestes 25 anos de Portugal Fashion, é nossa obrigação proteger o talento nacional. E não me parece que haja melhor maneira do que esta de assinalar o nosso 25.º aniversário”, considera Mónica Neto.
Para amortecer os efeitos da crise sanitária e económica na fileira da moda, o PF destaca ainda três iniciativas direcionadas para a promoção de vendas e a dinamização de negócios, designadamente o protocolo com a Câmara Municipal do Porto, acordos com plataformas de ‘e-commerce’ e a parceria com a Lupabiológica.
O PF e a Câmara Municipal do Porto assinaram um protocolo que define o “apoio institucional” da autarquia ao evento, garantindo recursos acrescidos para reforçar a posição daquela organização no ecossistema de moda nacional e internacional, fortalecendo “dinâmicas da cidade/região enquanto ‘hub’ de inovação, empreendedorismo, manufatura, exportações, criatividade e cultura”, explica a estrutura.
A 46.ª edição, de 13 de março passado, do PF na Alfândega do Porto, foi interrompida, no âmbito da prevenção da pandemia de covid-19. À data, fonte oficial da iniciativa explicou à Lusa que o cancelamento esteve sempre em cima da mesa, e a decisão acabou por ser tomada com o acordo da Direção-Geral da Saúde, tendo em conta as medidas decretadas, entretanto, pelo Governo.
O PF é um projeto da responsabilidade da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), que conta com o apoio dos seus parceiros estratégicos e é cofinanciado pelo Portugal 2020, no âmbito do Compete 2020 – Programa Operacional da Competitividade e Internacionalização, com fundos provenientes da União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.
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