“Este livro distingue-se de todos os outros [a concurso], e a uma grande distância, e foi unânime entre todos os membros do júri, pela qualidade da escrita, pelo equilíbrio da estrutura e pela maneira como é abordado literariamente o tema da opressão social“, disse o poeta Manuel Alegre.
Alegre prosseguiu, realçando a forma como Itamar Vieira Junior aborda “a relação homem/mulher, da violência do homem sobre a mulher, sem demagogia, e com uma grande qualidade literária e uma grande maturidade”.
Entre os 348 originais a concurso, chegaram à final sete, três deles originários de Moçambique, e dois do Brasil, o que foi, disse, “a primeira vez que houve o maior número” de finalistas não portugueses.
Manuel Alegre qualificou de “muito positivo” este facto, lamentando “não haver maior participação de autores angolanos”.
Alegre realçou que, na décima edição do Prémio, este voltasse a ser entregue a um autor brasileiro, já que o vencedor da primeira edição, em 2008, foi o jornalista, cineasta e escritor brasileiro Murilo Carvalho, com o romance “O Rastro do Jaguar”.
O Prémio LeYa de Literatura é o maior galardão para uma obra inédita escrita em língua portuguesa, com o valor monetário de 100 mil euros, e o júri desta 10.ª edição contou com os novos membros, a escritora angolana Ana Paula Tavares, a jornalista e crítica literária portuguesa Isabel Lucas e o editor, jornalista e tradutor brasileiro Paulo Werneck, que substituíram o escritor angolano Pepetela e os professores e críticos brasileiros José Castelo e Rita Chaves, que saíram.
Além do escritor Manuel Alegre, que mantém a presidência do júri desde 2008, continuam também a fazer parte do júri Lourenço do Rosário, professor de Letras e ex-reitor da Universidade Politécnica de Maputo, José Carlos Seabra Pereira, professor de Literatura Portuguesa na Universidade de Coimbra, e o escritor e poeta Nuno Júdice.
A obra vencedora será publicada pelo grupo LeYa, em data anunciar.
No ano passado, o vencedor foi o romance "Os Loucos da Rua Mazur", de João Pinto Coelho.
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