História: A origem da história de Viana perde-se no tempo e, segundo numerosos achados arqueológicos descobertos no Monte de Santa Luzia, tudo começou no Mesolítico. Mais tarde, já no reino de Portugal, D.Afonso III emite uma carta de foral e em 1258 a povoação de Viana passa a chamar-se Viana da Foz do Lima, tornando-se um entreposto comercial muito próspero. As trocas comerciais com o norte da Europa ganharam uma tal dimensão, em particular com com a exportação de sal, fruta e vinho e a importação vidro, tecidos e tapeçarias, que a Rainha D.Maria II, em 1852, concede um alvará à (extinta) Associação Comercial de Viana do Castelo e como sinal de agradecimento às suas gentes pela sua lealdade. em 1848, eleva a vila a cidade.
Curiosidades: Reza uma de muitas lendas, que o nome da cidade se deve a uma bonita rapariga chamada Ana, que habitava dentro dos limites actuais da cidade num castelo muito grande e famoso que era admirado pelas gentes locais e outras que vinham de fora. A população que costumava passar para ver tão majestoso castelo, começou a reparar que por vezes aparecia uma linda princesa com longos cabelos louros, faces rosadas e olhos claros, que se escondia de quem passava por ser muito tímida. Um dia a princesa apaixonou-se por um jovem que vivia do outro lado do rio, e que também caiu de amores por ela, e de tão contente que ficava cada vez que via, quando voltava à sua margem gritava de felicidade: “Vi a Ana! A Ana do Castelo”, lenda ou não assim ficou até hoje.
Histórias de ontem: Tudo começou em 1674 com uma capela em honra da padroeira dos pescadores, a Capela de Nossa Senhora da Agonia, edificada no Campo da Agonia, em Monserrate. É a mais famosa das quatro erguidas no local que era conhecido como o “Morro da Forca”. Desde 1783 que se realiza no dia 20 de agosto a romaria em honra da Nossa Senhora da Agonia, padroeira dos pescadores locais. Em 1861, a festa solene é ultrapassada pela romaria que ganha uma tal dimensão e notoriedade que extravasa a festa religiosa. Hoje é maior festa popular de Portugal, atraindo pessoas de todo o lado.
Histórias de hoje: Viana tem e merece ser vista a pé, com calma e tempo, temos que nos deixar perder nesta cidade que fica “entalada” entre o mar, o rio e Santa Luzia. Quem melhor retratou Viana através da poesia, foi Pedro Homem de Mello, com o poema “A minha terra é Viana”, imortalizado pela voz da Amália Rodrigues.
“Se o meu sangue não me engana
como engana a fantasia
havemos de ir a Viana
ó meu amor de algum dia!”
Temos que começar por algum lado e decidimos começar pela ponte concebida por Gustave Eiffel, que foi construída entre 1877 e 1878. A ponte veio substituir a velha ponte de madeira e o transporte fluvial que fazia a travessia entre as duas margens.
Seguindo ao longo do rio em direção ao mar, vamos encontrar uma sucessão de bonitos jardins e a marina de Viana e as colunas comemorativas da antiga ponte de madeira, ou os vestígios de uma parte da estacaria, que apenas se vêem com a maré baixa.
O Centro Cultural de Viana do Castelo, para além da programação com bons espectáculos, vale a pena ser visitado pois foi desenhado pelo prestigiado arquiteto Eduardo Souto-Moura. Está inserido numa área nova da cidade que compreende ainda os edifícios administrativos e a Praça da Liberdade da autoria do arquiteto Fernando Távora, a Biblioteca Municipal desenhada por Álvaro Siza Vieira, o que resulta numa verdadeira ode à arquitetura portuguesa.
Voltamos as costas ao rio e temos pela frente a Avenida dos Combatentes da Grande Guerra, e nesta vamos encontrar mais ou menos a meio a Rua Manuel Espregueira. Preste atenção quem vem à descoberta porque logo do lado direito da rua temos o Manuel Natário, uma pastelaria e confeitaria que por si só vale uma visita à Princesa do Lima. Aqui há mais de 85 anos que se pode deliciar com pastéis de nata, bolo folhado, bolo inglês, bolo-rei afamado, folhados de pato, mariazinhas com fiambre, torta, biscoitos de Viana, meias-luas, mas as filas que se vêem à porta são maioritariamente por causa da bola de Berlim. Não há outra igual e cada fornada do dia - atenção que há horas certas, de manhã e de tarde - é garantia de ajuntamento. Nota muito importante, não confundir com o Zé Natário no início da avenida, é a mesma família mas não é mesmo a mesma coisa!
Depois do irresistível pecado da gula, vamos ao Museu do Traje, situado no final da rua Manuel Espregueira e com a entrada já na Praça da República, dedicado à cultura vianense com particular destaque ao traje, este espaço tem como missão estudar e divulgar a identidade e o património etnográfico vianense através do seu expoente máximo: o Traje à Vianesa.
A filigrana, não sendo produzida em Viana do Castelo, é nesta cidade e em todo o concelho que encontra a sua maior projeção. Durante a Romaria d’Agonia, o ouro sai à rua, a ornamentar o colorido do traje o que deixa todos os visitantes maravilhados. A filigrana é uma arte ornamental feita de fios muito finos e pequenas bolas de ouro ou prata, soldadas de forma a compor um desenho. Atualmente, a filigrana pode ser encontrada em todo o país, mas é na região Norte, mais concretamente em Viana do Castelo, que encontra o seu apogeu.
Mas Viana tem muito mais para ver e descobrir. Vamos nos "perder" pelo centro histórico e descobrir a Praça da República, antiga Praça da Rainha, o coração da cidade. As mais emblemáticas construções ficam bem próximas, como os antigos Paços do Concelho e o Chafariz, que já foi a principal fonte de abastecimento de água da cidade, a Santa Casa da Misericórdia de Viana, que além da Casa das Varandas, tem a Igreja e o Hospital, que também merecem uma visita.
Sempre ligada ao mar e aos pescadores, Viana tem "estacionado" o Navio-Hospital Gil Eanes, que foi muito importante na época da pesca de bacalhau. Hoje é um Museu onde podemos visitar o posto de comando, os aposentos do capitão, a cozinha, a padaria, a casa de máquinas, os consultórios médicos, o gabinete de radiologia - geralmente as crianças adoram esta visita.
E, claro, não podemos ir de Viana sem visitar Santa Luzia, o Santuário do Sagrado Coração de Jesus é um cartão postal da cidade. É normalmente conhecido como Santuário de Santa Luzia, pois fica no monte com esse nome, onde existiu uma ermida em homenagem à Santa. Com uma arquitetura, que se diz ser inspirada na Basílica do Sacré Cœur em Paris, não deixa ninguém indiferente, bem como, a vista panorâmica que se tem da cidade, do mar e do Rio Lima. Mais divertido do que ir de carro, é chegar ao Santuário através do Elevador de Santa Luzia, o maior funicular do país com 650 metros. Inaugurado em 1923 vence um desnível de 160 metros, em seis a sete minutos naquela que é a viagem de funicular mais longa do país.
Para dormir:
Almoçar e Jantar:
Restaurante Pensão Laranjeira - Aberto todos os dias - +351 258822258
O Manel - Encerra domingo ao jantar e segunda-feira - +351 258845320
Taberna Valentim - Encerra ao domingo - +351 258827505
Maria Petisca - Encerra à segunda e terça-feira - +351 258409546
Doces e petiscos:
Pastelaria e confeitaria Manel Natário - Encerra à terça-feira
Pastelaria Picotinha - Encerra ao domingo
Atividades:
Actividades náutica e passeios de bicicleta - FeelViana Sports Center
Kart - Kartódromo de Viana do Castelo
Percursos pedestres e passeios a cavalo - Lethes Go
Património:
Igreja-Hospital da Misericórdia
Elevador de Santa Luzia - agosto e setembro - todos os dias das 09.00 às 20.00.
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