O projeto, financiado pela Fundação EDP, tem por principal objetivo reduzir o estigma e promover a integração de pessoas com doença mental, constituindo a pintura das caixas elétricas uma forma de participação numa iniciativa que está a acontecer na cidade, deixando uma marca num espaço público e, ao mesmo tempo, um elemento de identificação dos participantes com esse espaço, disse à Lusa um membro da organização.
Carla Ferreira, enfermeira da equipa dinamizadora do projeto “Incluir – Oficinas para Todos e Cada Um”, afirmou que a iniciativa de segunda-feira constitui a primeira ação pública do grupo de 15 pessoas – nove doentes, duas pessoas em risco de exclusão e quatro da comunidade – que começou em junho a frequentar a oficina orientada pelo artista plástico João Maria Ferreira.
O projeto iniciou-se em dezembro de 2016, com um primeiro grupo (também integrando doentes acompanhados pelo Departamento de Psiquiatria, pessoas indicadas pela Santa Casa da Misericórdia e elementos da comunidade), que, além de várias oficinas realizadas em espaços públicos da cidade, mostrou em maio os seus trabalhos em três exposições.
O grupo que está agora a frequentar as oficinas com João Maria Ferreira irá mostrar o resultado desse trabalho numa exposição a realizar em novembro, disse.
Carla Ferreira afirmou que o projeto constituiu um “passo à frente” no trabalho que o serviço tem desenvolvido no sentido da inclusão e da redução do estigma, ao permitir criar grupos em que pessoas com doença mental trabalham lado a lado com pessoas que sofrem outro tipo de estigma e outras perfeitamente integradas.
O impacto do projeto, que termina no final de novembro, vai ser avaliado num estudo que conta com a colaboração de alunos da Escola Superior de Tecnologias da Saúde, do Instituto Politécnico de Santarém - na aplicação de inquéritos (antes e depois) na comunidade e no próprio grupo para avaliar os níveis de estigma e os impactos na autoestima dos doentes -, e de um professor de estatística da Escola Superior de Gestão do IPS para tratamento dos dados, afirmou.
Os resultados do estudo terão uma primeira apresentação numas “pré jornadas” que se vão realizar em dezembro na Casa do Brasil, estando agendadas para 26 de janeiro as primeiras Jornadas “Arte & Inclusão”.
O trabalho do grupo tem ainda sido acompanhado pelo artista plástico Mário Rodrigues, que aceitou ser curador do projeto.
A evolução do projeto pode ser acompanhada no Facebook ou no blogue criado por João Maria Ferreira.
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