A Pyros Collection, um conjunto de peças únicas de mobiliário desenhadas e produzidas pelo arquiteto Nuno Lacerda (CNLL Architects) a partir de madeira queimada, abre ao público no dia 16 de outubro no Coletivo 284, em Lisboa, onde permanecerá até o dia 24 de outubro.
A Pyros Collection, uma ideia criativa da agência FCB Lisboa, pretende alertar para o problema que persiste em Portugal com a ausência de prevenção dos incêndios florestais. Trata-se de um conjunto de peças de mobiliário com design moderno e nomes alusivos ao tema, como a mesa Ignis (incêndios), o banco Lacrimae (lágrimas) ou a mesa Devastio (devastação). Para Nuno Lacerda, conhecido autor e editor multidisciplinar nas áreas da arquitetura, design e cenografia, esta coleção "é uma espécie de anti design, apresentando um conjunto de peças que, em vez de gerar conforto, pretende gerar desconforto".
Ângela Morgado, da Associação Natureza Portugal |World Wide Fund for Nature (ANP | WWF), relembra que “apesar de não termos tido muitos super incêndios este ano, a época de fogos que agora terminou está longe de ser um exemplo: em 2020 tivemos mais área ardida do que em 2018 ou em 2019. Este facto parece indiciar que as medidas preconizadas e todas as estratégias implementadas até agora estão a demorar a chegar ao terreno e pouco ou nada mudou, ainda, na dinâmica dos incêndios em Portugal”.
Em Junho, a ANP|WWF lançou o relatório “Um planeta em chamas”, onde apontou o combate às alterações climáticas como a principal e mais eficaz medida de prevenção. Para reforçar esta mensagem, uma das peças da Coleção Pyros, o banco Lacrimae, foi entregue ao Ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes. O objetivo era simples: incentivar as autoridades a olhar para os fogos de 2019 como incidentes planetários, que se vão repetir em Portugal, e a implementarem medidas de prevenção capazes de evitar, no futuro, tragédias de grande dimensão, como os super incêndios de junho e outubro de 2017, que tiraram a vida a 109 portugueses.
O catálogo completo pode ser visto em www.natureza-portugal.org.
Comentários