A edição deste ano, que até dia 28, coincide com o “ano em que se comemoram vários marcos, nacionais e internacionais, da história dos movimentos que reclamam o lugar das comunidades LGBTI+”, pelo que, segundo a organização, “não podia deixar de fazer uma reflexão sobre o que significou meio século dos modernos movimentos de luta pelos direitos e dignidade destas mesmas comunidades”.
Este ano, o festival apresenta 101 filmes de 36 países, sendo a França e os EUA os mais preponderantes, com 16 filmes cada. Segue-se o Brasil, que com 12 filmes continua a ser um dos países com mais expressão no Queer Lisboa, e a Alemanha, também com 12 filmes, espalhados pelas várias secções. Um total de sete filmes compõe a presença portuguesa no Festival.
O filme de abertura é “Indianara”, de Aude Chevalier-Beaumel e Marcelo Barbosa, um documentário que “segue o impressionante percurso de luta e resistência da ativista transgénero Indianare Siqueira (do impeachment de Dilma e presidência de Temer, à eleição de Bolsonaro, passando pelo assassinato de Marielle Franco)”.
Para a sessão de encerramento foi escolhido “Skate Kitchen”, de Crystal Moselle, a primeira longa-metragem de ficção da realizadora do documentário “The Wolfpack”.
Pelo prémio de longa-metragem, no valor de 1.500 euros, concorrem oito filmes. Ao prémio de curtas-metragens, no valor de 1.000 euros, apresentam-se 22 filmes. Na competição de documentário, com um prémio de 3.000 euros, atribuído pela RTP2, pela compra dos direitos de exibição do filme, concorrem oito produções.
Da competição Queer Art, dedicada a linguagens mais experimentais e com um prémio no valor de 1.000 euros, fazem parte oito filmes, enquanto que na secção In my Shorts, se encontram doze títulos de filmes de estudantes de escolas europeias de cinema, por um prémio de 400 euros em equipamento vídeo.
Este ano, a Queer Pop, secção dedicada à música, apresenta, nas suas duas primeiras sessões, um programa intitulado “Portugal Hoje”, com documentários dedicados a Conan Osiris e Lena d’Água e telediscos de músicos portugueses. A terceira sessão é dedicada ao hip-hop.
O programa do Queer Lisboa 23 apresenta ainda, nas Hard Nights, “Alfredo não gosta de despedidas”, de André Medeiros Martins, bem como os filmes escolhidos pela realizadora Cláudia Varejão, todos eles realizados ou correalizados por mulheres portuguesas.
O festival apresenta também este ano, para além dos habituais debates e conversas sobre os filmes, um programa paralelo intitulado “Corpos Desejo Paisagens: um arquivo de curtas canadianas LGBTQ 1989-2017″, e uma sessão especial com “Mister Lonely”, de Harmony Korine.
Esta edição fica marcada pelo anúncio da suspensão do apoio financeiro da Agência Nacional do Cinema do Brasil (Ancine) à participação de realizadores brasileiros em festivais estrangeiros.
No caso do Queer Lisboa, a Ancine voltou atrás no apoio financeiro para custear as despesas de deslocação a Portugal dos realizadores Armando Praça e Diego Paulino, que têm respetivamente em competição os filmes “Greta” e “Negrum3″.
O diretor do festival garantiu à Lusa que, apesar do corte financeiro, os dois realizadores estão a angariar verbas e marcarão presença no festival.
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