O responsável explicou que, desde 2011, os bilhetes “vendem em maior número e cada vez com mais antecedência”, tratando-se de um festival que “não para de crescer”, mas que agora “atingiu o seu limite”, graças ao aumento de mil bilhetes por dia, estando previstas 26 mil pessoas em cada dia, de 14 a 17 de agosto, na Praia Fluvial do Tabuão.
“Aumentámos apenas mil bilhetes, mas criando infraestruturas para que essas pessoas tenham comodidade sem notarem diferenças em relação ao ano passado. É indiscutivelmente a melhor edição de sempre, porque o festival não para de crescer e agora atingiu o seu limite. Para o ano não direi que é a melhor de sempre, mas posso dizer que é a edição que está a vender antecipadamente mais”, indicou, em declarações à Lusa.
Afirmou ainda que a organização não quer arriscar “a vender mais que a capacidade” para que não se “perca qualidade de vida”, daí a preocupação constante com a melhoria de infraestruturas, “mesmo aquelas que roçam a perfeição”, recorrendo a estudos no terreno para ouvir a opinião dos festivaleiros.
“O nível de satisfação tem tido um média de 9,5. O bom senso diria para deixar estar como está, mas nós renovámos. Este ano criámos mais zonas de descanso, aumentámos o campismo 20%, não para pôr mais gente, mas para criar mais condições. Todos os campos têm acesso de emergência, há mais bombeiros, sensibilizadores ambientais e maior recolha e separação de lixo. Há reforço de som, ecrãs maiores nas laterais e um novo e também um ‘lifting’ do terreno.”, enumerou.
A preocupação é colocar “o público primeiro”, estando já esgotados os passes gerais, que representam 90% da bilheteira, enquanto os restantes 10% são bilhetes diários, entre os quais os dias 14 e 15 estão “quase esgotados”, o que é uma prova do “sucesso do festival e do incrível cartaz deste ano”.
“Num ano tão complicado para fechar o cartaz, o Vodafone Paredes de Coura apresenta um dos melhores da Europa. Foi complicado para todos os festivais, porque há cada vez menos cabeças de cartaz e os festivais apostam na diversidade musical. Veja-se os outros festivais em Portugal e na Europa que ficaram aquém das vendas. Se pegarmos nos festivais de Verão, chegamos à conclusão que as vendas são inferiores”, afirmou.
Segundo João Carvalho, as vendas provam que este é “o melhor cartaz de sempre” de um festival que ainda tem “o mérito” de decorrer “numa terra de nove mil pessoas, que sofre as consequências das terras do interior do país”, e que recebe um dos “bons festivais da Europa, com um cartaz maravilhoso, sem qualquer festival vizinho”.
“É fácil programar havendo um cartaz de um bom festival em Espanha ou França, nós fazemo-lo isoladamente. Com a contrariedade ainda de os grandes festivais no mesmo fim de semana estarem do outro lado da Europa. Começámos a programar o sábado, é o dia mais difícil, porque as bandas estão nos outros festivais do outro lado da Europa. Quando conseguimos um cartaz como o deste ano, temos de estar orgulhosos”, sublinhou.
Ainda sobre as atuações previstas, João Carvalho destacou nomes emergentes como Boy Pablo, Flohio ou Julia Jacklin, sem esquecer os “grandes” como Suede e Patti Smith, “numa altura em que quase se adivinha que poucos mais concertos [a cantautora] dará”, nomeando também os New Order como “um sonho para qualquer festival” e ainda os The National, Spiritualized, Deerhunter e Connan Mockasin.
A preocupação ambiental garantiu ser “de sempre, para sempre”, havendo um “esforço durante todo o ano” para manter inalterado o cenário natural da Praia Fluvial do Tabuão.
“É um espaço que atualmente não tem pó, tem uma relva maravilhosa, fica mais bonita de ano para ano, temos este ano mais gente a trabalhar no ambiente do que alguma vez tivemos. Aumentamos a reciclagem, temos o copo reciclável, há gente a trabalhar na separação do lixo e limpeza do espaço. Vamos ter atualizadores ambientais no recinto, como em todo o campismo, estamos a falar de 20 hectares de campismo que se quer limpo e arranjado”, vincou.
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