Baseada no livro de memórias do guitarrista e fundador Steve Jones ("Lonely Boy: Tales from a Sex Pistol"), a história remete-nos para o papel da banda enquanto antídoto para os ideais conservadores da Grã-Bretanha dos anos 70, qual tempestade feroz que apareceu em Londres para ditar a imagem do punk, ainda que estivessem juntos durante muito pouco tempo (1975-78).
Ainda que tenham lançado apenas um único álbum de estúdio na carreira, há 44 anos ("Never Mind the Bollocks, Here's the Sex Pistols"), a sua pólvora continua explosiva como nunca. As canções continuam a ser ouvidas, os seus looks a influenciar gerações, o estilo permanece inconfundível. É um caso em que o seu papel na cultura punk transcende a barreira do tempo e das tendências. Tanto que a Rolling Stone, em 2004, colocou a banda britânica na 60.ª posição na lista dos "100 Greatest Artists of All Time".
"Pistol" é, pois, o regresso a toda esta mitologia dos "Sex Pistols" — ainda que não deixe de ser a visão biográfica um bocado afunilada de apenas um dos membros da banda. A viagem começa ainda nos The Swankers de Steve Jones, mas rapidamente nos apresenta John Lydon, a.k.a Johnny Rotten, para nos transportar até à anarquia despoletada pela banda no Reino Unido quando se juntaram a Paul Cook (baterista) e Glen Matlock (baixista que seria substituído por Sid Vicious, músico que ainda hoje mantém a aura de ícone na cena punk apesar de ter morrido devido a uma overdose, com apenas 21 anos, em 1979). Ao longo dos episódios recorda-se todo o frenesim vivido na comunicação social e na cena musical, o caos, o sucesso, a luta de egos. E, claro, um single (“God Save the Queen”) que liderou todo um movimento que marcou a cultura pop para sempre.
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