O ator português Manuel Coelho e o ator, dramaturgo e encenador uruguaio Iván Solarich são a dupla central do espetáculo, criado a partir de duas traduções: uma para português, de José Maria Vieira Mendes, e uma para castelhano, da romancista, poeta e tradutora espanhola Ana Maria Moix (1947-2014), acrescentou Flávia Gusmão.
A peça do prémio Nobel da Literatura de 1969 "é uma partitura, sobre a humanidade e que mudou o teatro com [é conhecido] hoje”, nas palavras de Flávia Gusmão.
A última criação do TEC para 2024 é um projeto daqueles dois atores, que já estava combinado com o fundador e diretor do TEC Carlos Avilez, que iria encenar a peça nestas mesmas datas.
Com a morte deste, em novembro de 2023, o TEC decidiu manter na programação convidando Flávia Gusmão para dirigir o espetáculo.
“É um projeto que me vem parar ao colo dessa forma” e já com algumas indicações desde "a raiz do projeto", afirmou. Nomeadamente, o facto de ser bilingue, porque é um projeto daqueles dois atores que já tinham trabalhado juntos e são também amigos, acrescentou a atriz e encenadora formada na Escola Profissional de Cascais e que foi atriz da companhia durante sete anos.
Outra das indicações era que o papel do Rapaz fosse interpretado por um aluno recém-formado da Escola Profissional de Cascais, também fundada e dirigida por Carlos Avilez até à morte do encenador, e, no caso de a peça sair em digressão, este papel ser assumido por um recém-formado ou um estudante de uma escola de teatro local na língua natal.
A nova criação do TEC deverá ter digressão internacional, com a primeira representação prevista para maio de 2025, no Uruguai, no âmbito de uma parceria com o Ministério da Cultura deste país, adiantou ainda Flávia Gusmão.
Sobre a forma como colocou em cena o texto, Flávia Gusmão disse ter obedecido às didascálias e às notas de encenação do escritor e encenador dramaturgo irlandês que foi “sempre escrevendo-reescrevendo a peça, adaptando-a a diversas línguas e encenações".
A produção do TEC fixa o cenário num “espaço vazio com uma estrada feita de pequenas pedras, uma pedra maior e uma árvore que, no segundo ato, tem lá duas folhas”, mantendo as indicações do autor que citou a peça numa estrada no campo, onde há uma árvore.
A interpretar a peça, em cena no Teatro Municipal Mirita Casimiro, no Estoril, no concelho de Cascais, estão ainda Luiz Rizo, corresponsável pela dramaturgia com Flávia Gusmão, Tomás Andrade e Tomás Monteiro.
Com cenografia e figurinos de Fernando Alvarez, a peça tem desenho de luz de Manuel Abrantes, direção de montagem de Rui Casares, música e desenho de som de Xullaji e corpo e movimento de Rui M. Silva.
De 13 de novembro a 20 de dezembro 'À espera de Godot/Esperando a Godot' tem récitas de segunda a sexta-feira, às 21h00, e, ao domingo, às 16h00. De 29 de novembro a 15 de dezembro, terá sessões de quarta-feira a sábado, às 21h00, e, ao domingo, às 16h00.
Os bilhetes já estão à venda e podem ser adquiridos aqui, com o custo de 15 euros.
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