“Nós abrimos, acho eu, de uma maneira bastante forte, abrimos com uma produção própria, um Tchecov, com o Júlio Cardoso, uma coprodução com a Seiva Trupe, uma reflexão sobre o que é o teatro, uma reflexão sobre o que é a memória e ao mesmo tempo abrimos com um olhar sobre Moçambique, pelas palavras de Mia Couto, pela mão do Vítor Oliveira (…). Nesse sentido, a quadratura é uma espécie de aperitivo para o 25 de Abril”, declarou, em conferência de imprensa, Nuno Cardoso, recordando que Júlio Cardoso se estreou como ator, quando “Norton de Matos andava por aí”, atravessando a ditadura.
"O Canto do Cisne", um dos clássicos do dramaturgo russo Anton Tchékhov, é a peça de estreia com que o Teatro Nacional São João inicia a temporada de espetáculos 2023/2024 e pode ser vista na Sala Estúdio Perpétuo até 17 de setembro.
"Vamos começar sem nostalgia pelo final do verão, porque quando o teatro reabre é a primavera", declarou esta manhã Pedro Sobrado, presidente do Conselho de Administração, durante a conferência de imprensa que decorre no TNSJ para apresentar a programação dos próximos quatro meses, com destaque para a "programação comemorativa para os 50 anos do 25 de Abril".
“O Salto”, com texto e encenação de Tiago Correia, uma coprodução da companhia A Turma, com o Teatro São Luiz, em Lisboa, e o TNSJ, é a segunda estreia da nova temporada. A peça será apresentada pela primeira vez no dia 21 de setembro, no Teatro Carlos Alberto (Porto).
A 5 de outubro estreia-se a peça “Bantu”, com a direção artística de Vitor Hugo Pontes, uma coprodução do Teatro da Didascália, da Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão e do TNSJ.
No mês de novembro há três estreias: no dia 2, “Salomé”, de Óscar Wilde, com encenação de Mónica Cale; no dia 9, “A Ascensão de Arturo Ui”, de Bertolt Brecht, com encenação de Bruno Martins; e, no dia 23, é a estreia da peça “Maria Coroada”, um texto de João Garcia Miguel, com direção de Amândio Anastácio e João Garcia Miguel.
Em dezembro, a nova temporada do TNSJ vai estrear no dia 7 a peça “Um Sonho”, de August Strindberg, com encenação de Bruno Bravo.
Em 2024, o TNSJ vai ter três produções próprias e uma programação especial para comemorar os 50 anos do 25 de Abril, com "Fado Alexandrino", de António Lobo Antunes, e os espetáculos "O 25 de Abril nunca aconteceu", de Ricardo Alves que se estreia a 11 de abril de 2024, no Teatro Carlos Alberto, e as "Grandes comemorações oficiosas do período histórico habitualmente conhecido como PREC", de Gonçalo Amorim e Rui Pina Coelho, com estreia agendada para 3 de outubro.
Além de “O Canto do Cisne”, que abre a temporada, as produções próprias do TNSJ, em 2024, contam com a dramatização do romance “Fado Alexandrino”, de António Lobo Antunes, por Nuno Cardoso, a estrear em abril, no âmbito das celebrações dos 50 anos da queda da ditadura.
A terceira produção própria do TNSJ chega quase a fechar a temporada, com a escritora e encenadora Patrícia Portela a dirigir o diretor artístico, Nuno Cardoso, em “Os Homens Hediondos”, num monólogo a partir da obra de David Foster Wallace, e que se estreia a 20 de junho, no Teatro Carlos Alberto.
Para Nuno Cardoso esta é uma programação tranquila, “sem a covid 19” e “sem pontas soltas” em que o TNSJ teve a porta aberta “sem muitos sobressaltos”, permitindo crescimento na programação.
Além da programação, o diretor artístico referiu, por outro lado, o trabalho do Centro Educativo, que continua o seu trabalho "em surdina”, e destacou a peça sobre a história de amor “O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá”, a partir de Jorge Amado, com encenação de António Afonso Parra, que subirá ao palco do Teatro Carlos Alberto no dia 12 de dezembro.
As estreias foram hoje anunciadas, em conferência de imprensa, no Teatro Nacional de São João com a presença de Pedro Sobrado, presidente do Conselho de Administração, e de Nuno Cardoso, diretor artístico da instituição cultural.
*Notícia atualizada às 13h32
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