O Episódio 6 termina com a dúvida no ar: Joel vai ou não sobreviver? E chegando ao fim deste último, apesar do tom esperançoso, a dúvida persiste. No entanto, dá-nos uma certeza: Ellie vai fazer de tudo para que não sucumba aos ferimentos. Disso não há crença vacilante pois ficámos a saber exatamente o porquê através de um emocionante flashback que pode mudar o presente.
Até porque "Left Behind" continua a mesma toada do capítulo anterior: Joel, entre agonia e dor, deitado num colchão no chão de uma garagem abandonada, manda Ellie ir ter com Tommy porque sabe que dificilmente vai conseguir sobreviver. Ou seja, Ellie é confrontada com uma escolha: regressa a Wyoming e abandona Joel ou desobedece e fica com ele? A resposta está nos acontecimentos de uma noite para recordar.
- Este episódio vai buscar o título e inspiração ao DLC (pensem num capítulo adicional/bónus do "The Last of Us" original) que saiu em 2014 para a PlayStation 3, que foi muito bem recebido na altura pelos fãs porque é visto como crucial para a história. Este novo capítulo, dividido em duas partes distintas, não só oferece um momento inédito entre Joel e Ellie durante a busca pelo laboratório dos Pirilampos (que não aparece na série por não haver tempo/dinheiro para adaptar todo o DLC), como também deu aos jogadores uma muito necessária visão do passado de Ellie.
Escrito por Neil Druckmann, o criador de "The Last of Us" e o homem que gosta de "histórias simples mas personagens complexas", este episódio da série recua no tempo e mostra-nos Ellie enquanto cadete/aluna da escola militar liderada pela FEDRA na ZQ de Boston. Segundo o próprio Druckmann, a intenção de "Left Behind" é mostrar como é que era a vida de um adolescente neste mundo pós-apocalíptico ao mesmo tempo que temos acesso à vida de Ellie antes de saber que era imune ao cordyceps.
É assim que ficamos a saber que Ellie era uma jovem de 14 anos sem sentimento de pertença, que não tinha família, amigos ou laço emocional com ninguém — exceto com Riley (Storm Reid), a sua melhor amiga, que de súbito a deixou desamparada e sozinha. E por desamparada, entenda-se que Ellie pensou que Riley estava morta porque desapareceu e não deu sinais de vida durante semanas. Aqui, entre infetados e Zonas de Quarentena protegidas por militares, a ausência prolongada é sinónimo de que algo (mau) aconteceu.
Porém, entre um puxão de orelhas a Ellie por mau comportamento e a série mostrar que na FEDRA não há só gente má e que abusa do poder, há um volte-face: Riley não só está viva e reaparece pela calada da noite à ninja, como convence Ellie a juntar-se numa aventura de descoberta. Porque este episódio não é só um olhar ao passado de Ellie. É também uma resposta metafórica para o que seria faltar às aulas no apocalipse para descobrir as nuances do amor (e que pelo meio vai despertar sentimento nostálgico ao espetador ao revisitar uns clássicos das arcadas).
No entanto, ao longo desta noite de gazeta à boleia de neons e cenários deslumbrantes - em que tudo parece um date, mas que na verdade não é bem um date porque pensar num "futuro a dois" por aqui é mera utopia - algo acontece que vai mudar a vida de Ellie. Porque tal como Craig Mazin, o co-criador da série frisou, neste mundo "os momentos mais felizes são interrompidos pelos piores". E estava na calha que depois de descobrir o primeiro amor e de dar o primeiro beijo, Ellie não podia simplesmente aproveitar o momento.
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