Menos stress e mais qualidade de vida no trabalho é igual a mais produtividade. Se aplicado corretamente e com o devido acompanhamento o conceito traz ganhos a todos: às empresas e aos seus trabalhadores e colaboradores. Esta é pelo menos a filosofia da WorkWell, pioneira em Portugal no setor de "corporal wellness". Ou seja, é especializada no bem-estar das empresas para estas potenciarem os seus resultados.
Tiago Santos conta-nos um pouco da história de como tudo começou — mais concretamente como quatro amigos da área da educação física, a terminar o percurso académico, em 2008, decidiram avançar com um negócio em plena crise financeira — e como é que um negócio de bem-estar se adapta a uma pandemia.
"De um momento para outro ficámos com 80%, 90% dos nossos serviços suspensos. E como qualquer gestor ou empreendedor perguntamo-nos: 'o que é que fazemos agora?'", disse, explicando que há "ADN de crise" a funcionar desde a fundação do negócio que ajudou a superar as adversidades.
O co-fundador da WorkWell indica que pese embora a existência de clientes que não pararam durante os confinamentos, nomeadamente os industriais, a parte digital é a aquela que atualmente mais cresce. E para que assim fosse muito contribuiu a adaptação dos seus programas. Se outrora elaborados via pessoal e cara-a-cara, agora chegam às pessoas através da telemedicina, telenutrição ou telepsicologia.
Esta adaptação foi importante. Se durante o primeiro grande confinamento as pessoas "responderam mais ou menos bem", durante o segundo houve um grande pico de procura dos seus serviços por parte das empresas para estas ajudarem os seus trabalhadores a gerir os níveis de ansiedade e stress. Por isso, considera que "essa sensibilização cresceu".
"A pandemia veio por a nu a necessidade de as empresas olharem para os seus colaboradores", remata.
Não obstante, Tiago Santos confessa que toda esta nova dinâmica é mais difícil de gerir. Porque uma coisa "é ter as pessoas no terreno e outra no mundo digital; outra é ter nessas duas frentes". Por outras palavras, diz que conciliar este modelo híbrido nem sempre é fácil e produtivo. É por isso que, às vezes, "desejávamos que fosse um ou outro". "Mas é o que é".
A conversa dá depois um salto para um tópico que muitas empresas discutiram nos últimos tempos: o regresso ao escritório. Um tema que, confessa, "nos assola". As razões para isso são várias.
"Como é que vamos manter a cultura da empresa? Como é que vamos manter todo o ambiente de trabalho se só estamos à distância? Se as equipas estão dois anos em remoto como é que são os laços dessas pessoas? Essas pessoas conhecem-se? Estão disponíveis para se for preciso darem aquilo que tu não conseguiste dar? O espírito de equipa, o espírito colaborativo vai existir ou vai perder-se?", afirmou.
Estas questões, contudo, não se cingem apenas à WorkWell. É uma questão mais ampla. "Nós assistimos a isso e acho que as empresas querem voltar ao escritório", afirma Tiago Santos, salientado que chega a essa conclusão porque as "empresas estão a pedir-nos muitas iniciativas, eventos e programas para estarem disponíveis para os colaboradores".
Sobre o podcast:
"It’s Ok To Not Be Ok" é uma série produzida em parceria pela MadreMedia e o LACS, onde se fala da saúde mental e do bem-estar no contexto da nossa vida profissional e do que as empresas podem fazer para promover formas que permitam vive e trabalhar melhor.
É isso que vamos procurar fazer nesta série de conversas em desafiámos empresários e gestores a partilhar as suas histórias de como a pandemia mudou a forma como trabalhamos e como nos vemos no mundo do trabalho.
- Ouça o primeiro episódio aqui (com Roberta Medina | Rock in Rio)
- Ouça o segundo episódio aqui (com Joana Almeida | advogada na Morais Leitão)
- Ouça o terceiro episódio aqui (com Pedro Castro | CEO da Multilem)
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