Em comunicado, o município salienta que o evento, que desde 2010 tem vindo a recuperar “os mais importantes momentos do passado de Torres Novas”, consiste numa recriação histórica que faz recuar o tempo no centro histórico da cidade, envolvendo dezenas de companhias de animação de todo o país, com performances de teatro, música, dança e recriação histórica.

O presidente do município de Torres Novas, no distrito de Santarém, disse hoje à Lusa que o evento representa um investimento “na ordem dos 250 mil a 300 mil euros” e que “o retorno é assegurado pela afirmação do concelho no contexto do turismo cultural e na dinamização económica local”, tendo indicado que, “todos os anos, entre 80 e 100 mil visitantes” afluem à recriação histórica e à cidade.

“Nós entrámos, já há muitos anos, com o pé direito neste grande evento, que para nós é o maior a nível do município, por características muito identitárias do nosso concelho e que tem a ver com a história de Torres Novas”, disse Pedro Ferreira, destacando o “emblemático cenário que envolve uma grande festa medieval”.

Durante o evento, o centro histórico da cidade, com enfoque na Praça 5 de Outubro, castelo, Jardim das Rosas e áreas circundantes, recua no tempo em dias cheios de animação.

“É uma grande feira histórica, com festa, animação, cultura e lazer”, salientou o autarca.

No recinto da feira, o visitante encontra inúmeros cenários e personagens, este ano ligados à história de Luís Vaz de Camões, o poeta que o povo afiança ter vivido em Constância, município vizinho de Torres Novas.

A recriação histórica reviverá o ano de setembro de 1525, quando as cortes se reuniram na então vila de Torres Novas, num momento de grande agitação política e social, e o rei pede ao povo mais tributos para o dote de casamento da Infanta D. Isabel com o Imperador Carlos V.

Torres Novas “é próxima da coroa, mas o Santo Ofício já marca o compasso”, indica o município.

“Nesse tempo, nasce um Poeta que percorre o reino, atravessa os mares, canta a epopeia, e exalta a língua”, sublinha a autarquia.

É neste enquadramento histórico que “Camões, poeta, homem letrado, de instrução clássica, deambula por terras banhadas pelo Tejo e seus afluentes, convive com humanistas, artistas de renome, e escreve belos poemas que hoje a História e a Literatura rememoram”, refere o comunicado.

“Percorrer a mouraria, universo de cores e de cheiros ímpares; empunhar espadas na praça d’armas; entrar no submundo dos enfermos e desvalidos no Postigo da Traição; conhecer outras histórias no Paço dos Robertos ou provar iguarias numa das muitas bodegas da feira” são algumas das vivências que o evento tem para oferecer.

Ao longo dos quatro dias da iniciativa, será ainda possível “participar em oficinas temáticas, experienciar cheiros e sabores da época, assistir a momentos de recriação, de teatro, música e dança ou simplesmente passear pelo recinto e apreciar os produtos e iguarias que os mercadores têm para oferecer”, acrescentou Pedro Ferreira.

Durante a iniciativa, a pulseira livre-trânsito para os quatro dias tem um custo de 10 euros, enquanto a pulseira diária custará seis euros, com descontos para famílias e maiores de 65 anos e entrada gratuita para crianças até aos 12 anos (inclusive).