A exposição inclui fotografias, documentos, prémios e equipamentos fotográficos da coleção municipal Eduardo Gageiro, este ano adquirida por este município do distrito de Lisboa.

Da exposição faz parte a fotografia “Calvário e o Relatório da Operação ‘Fim Regime'”, com uma dedicatória do capitão Salgueiro Maia ao fotógrafo.

A mostra foi inaugurada no 25 de abril, por ocasião do programa municipal de comemorações da Revolução dos Cravos.

No início deste ano, a Câmara Municipal de Torres Vedras decidiu adquirir por 250 mil euros o acervo do fotógrafo Eduardo Gageiro, depois de ter gastado 103 mil euros na sua guarda e conservação, os quais foram abatidos ao valor da aquisição.

A coleção espelha a faceta de fotojornalista e fotógrafo, mas também a de colecionador de objetos relacionados com a fotografia, sua história e evolução técnica.

O acervo é composto por uma coleção de fotografia e iconografia dos séculos XIX e XX, com 3.787 documentos, incluindo provas fotográficas em papel, com grande incidência em retratos, de estúdios e fotógrafos de renome nacionais e estrangeiros, assim como negativos e diapositivos em vidro e película.

Contempla também uma biblioteca especializada em fotografia com mais de 200 exemplares, uma coleção de cerca de 700 equipamentos fotográficos e cinematográficos, com diversos acessórios, datados desde finais do século XIX ao século XXI, incluindo alguns equipamentos fotográficos utilizados por Eduardo Gageiro e doações feitas por outros fotógrafos.

A coleção integra ainda cerca de 300 provas fotográficas em molduras e impressões em telas de Eduardo Gageiro, que fizeram parte das suas exposições ao longo dos anos, mais de 300 prémios e condecorações e o seu arquivo pessoal, com correspondência trocada com instituições e personalidades ilustres no âmbito da sua atividade profissional.

Eduardo Gageiro foi um dos fotógrafos que registaram a revolução do 25 de Abril de 1974, tendo sido o primeiro a chegar a chegar ao Terreiro do Paço, em Lisboa, após a revolução.

Durante a ditadura, captou imagens das condições precárias em que vivia grande parte da população portuguesa, tendo tido vários episódios em que foi preso pelas imagens inconvenientes ao regime.

Foi fotojornalista em vários órgãos de imprensa nacional, correspondente da Associated Press e fotógrafo da Assembleia da República e da Presidência da República, pela qual foi condecorado em 2004.

Foi galardoado com vários prémios nacionais e internacionais, entre os quais o World Press Photo em 1975.