Na categoria Experimenta do festival foi incluído "Spell Reel", a primeira longa-metragem da cineasta portuguesa Filipa César, que foi exibida no Museu de Arte Contemporânea de Nova Iorque (MoMA) em junho e que se estreou no Festival Internacional de Cinema de Berlim.
Para a categoria Dare, que junta filmes irreverentes, foi selecionado "A Fábrica de Nada", de Pedro Pinho, que se estreia nas salas de cinema portuguesas a 21 de setembro.
“Os Humores Artificiais”, filmado no estado brasileiro do Mato Grosso, em Canarana e nas aldeias Yawalapiti e Kamayura dentro do Parque Indígena do Xingu, e em São Paulo, conta a história de uma jovem indígena do Amazonas que se apaixona que por um robô que é também um comediante.
O filme foi distinguido em fevereiro no Festival de Berlim ao receber a nomeação do júri internacional para o prémio de melhor curta-metragem europeia de 2017 nos European Film Awards, que serão entregues a 09 de dezembro na mesma cidade alemã pela Academia Europeia de Cinema.
Por seu lado, “Spell Reel” usa imagens de arquivo da guerra da independência da Guiné-Bissau, para explorar como estes registos influenciam a criação e legado da história de um país.
Filipa César recorre a cinema revolucionário, do acervo do Instituto Nacional de Cinema e Audiovisual da Guiné-Bissau (INCA), cuja recuperação foi possibilitada pelo instituto alemão Arsenal.
Fazem parte do arquivo o trabalho dos cineastas Sana Na N'Hada, Flora Gomes, José Bolama Cobumba e Josefina Crato, que estudaram cinema em Cuba, por iniciativa do líder da independência da Guiné-Bissau, Amílcar Cabral, e filmaram a guerra da independência e os primeiros anos de governação socialista.
Segundo o sumário do programa do Festival de Londres, esta longa-metragem "é uma reflexão poderosa sobre o papel do cinema na criação e legado da história política e identidade nacional da África Ocidental".
Já “A Fábrica de Nada”, com três horas de duração, é interpretado por atores e não atores e segue a vida de um grupo de operários que tentam segurar os postos de trabalho, através de uma solução de autogestão coletiva, e evitar, assim, o encerramento de uma fábrica.
O crítico britânico Jonathan Romney considera, no resumo incluído no programa, que o filme é "vibrante, criativo e intenso" e que "transporta de forma forma divertida a tradição do cinema ‘agitprop' para o século XXI".
Vencedor em maio no Festival de Cannes do Prémio Fipresci, da Federação Internacional de Críticos de Cinema, a que se seguiu o prémio CineVision, em junho, em Munique, para melhor novo filme, a longa-metragem está também entre os 51 pré-selecionados de 31 países para os prémios da Academia Europeia de Cinema.
Pedro Pinho assina a realização, mas o filme de ficção foi construído em conjunto com Luísa Homem, Leonor Noivo e Tiago Hespanha, a partir de uma ideia de Jorge Silva Melo e da peça de teatro "A fábrica de nada", de Judith Herzberg.
Ao todo, serão exibidos no Festival de Cinema de Londres 243 filmes de 67 países.
"Breathe", a longa-metragem que assinala a estreia como realizador do ator Andy Serkis, conhecido pela participação na trilogia de "Os Senhores dos Anéis" abre o evento.
Entre os filmes em destaque estão também "Battle of the Sexes," corealizado por Jonathan Dayton e Valerie Faris e protagonizado por Emma Stone e Steve Carell, "The Shape of Water", de Guillermo del Toro, "Downsizing", de Alexander Payne, e "The Killing of a Sacred Deer", de Yorgos Lanthimos.
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