Nesta “Homenagem a José Saramago” haverá ainda apresentações sobre “a poesia de Saramago” (pelo poeta e diretor da revista cultural Entreletras, Francisco Castañón), “o teatro de Saramago” (pelo encenador e dramaturgo Joaquín Vida) e “a novela de Saramago” (pelo professor, escritor e político socialista Antonio Chazarra).
O livro que será apresentado tem como título “Saramago,… siempre” (“Saramago…. sempre”, da editora espanhola Ondina) e é uma compilação de artigos de 17 autores sobre a vida e a obra do Prémio Nobel da Literatura publicados ao longo de 2022, o ano do centenário do nascimento do escritor, na revista digital Entreletras.
A apresentação do livro foi o ponto de partida para organizar esta “homenagem a José Saramago”, que terá lugar na sede da UGT Madrid hoje, ao final da tarde, explicou à Lusa a diretora da Fundação Progresso e Cultura, uma entidade fundada pela central sindical e que organiza o evento.
Quando a fundação recebeu a proposta para haver uma apresentação do livro na UGT foram contactadas várias pessoas e o entusiasmo que revelaram em relação a Saramago acabou por transformar a ideia inicial num evento “muito mais grandioso do que apresentar simplesmente um livro”, disse Isabel Vilabella.
“Transformou-se num ato de homenagem pelo carinho que há em relação a Saramago e à sua obra”, afirmou a diretora da fundação, que lembrou que Saramago viveu em Espanha e “é um dos autores portugueses mais lidos” no país.
Saramago não teve em vida qualquer relação específica com a UGT espanhola, mas “tinha um grande envolvimento político”, defendendo “um modelo de sociedade vinculado ao estado de bem-estar, com uma visão do mundo que é muito próxima ao modelo de sociedade que há em Espanha” e das “ideias progressistas” defendidas por diversos setores no pais, numa “ideologia muito próxima à que existe” na central sindical, afirmou Isabel Vilabella.
A diretora da fundação referiu ainda como Saramago, em obras como “A Jangada de Pedra”, refletiu sobre a Península Ibérica e “fala de uma inseparável ligação entre Espanha e Portugal”.
Entre os participantes no evento desta tarde estão atores, políticos (essencialmente, ligados ao partido socialista espanhol, o PSOE, e à UGT) e outras personalidades que conheceram pessoalmente Saramago, a que se juntam nomes que admiram a obra e o pensamento do escritor, contou Isabel Vilabella.
“Os seus romances, ensaios, poesia e teatro são críticas corajosas, apaixonadas e esperançosas sobre mundo em que vivemos. O seu compromisso com os fracos e a sua posição contra a injustiça e a favor da democracia tornam a sua leitura indesculpável e é a razão pela qual a Fundação Progresso e Cultura lhe presta esta sincera homenagem”, lê-se num texto de divulgação do evento de hoje, publicado pela revista Entreletras.
A abertura da sessão estará a cargo da secretária-geral da UGT Madrid, Marina Prieto, e do embaixador de Portugal em Madrid, João Mira Gomes.
Entre as personalidades que vão ler textos de Saramago estão a encenadora e atriz Mercedes Lezcano, a escritora e dirigente do PSOE Madrid María Sáinz, os atores Juan Antonio Gálvez e Juan Antonio Molina ou a escritora María Victoria Embid, entre outras.
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