Zeca Afonso - A morte saiu à rua
“A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome pra qualquer fim”
A canção de José Afonso faz parte do EP com o mesmo nome, editado em 1972. É uma homenagem a José Dias Coelho, pintor, poeta e militante do PCP, assassinado pela PIDE a 19 de dezembro de 1961, na Rua da Creche, em Alcântara, Lisboa. Tinha na altura 38 anos.
Frank Sinatra - I'm Gonna Live Till I Die
“I'm gonna fill my cup,
I'm gonna live, live, live, until I die!”
Senhoras e senhores, Frank Sinatra ensina como o fazer. Dancemos, sejamos o diabo até sermos anjos. Do álbum “Look to Your Heart”, lançado em 1959, a música escrita por Al Hoffman, Mann Curtis e Walter Kent teve imensas versões, mas não há como Sinatra para nos dizer para encher o copo e viver. Saúde!
LCD Soundsystem - Someone Great
“When someone great is gone.”
A banda de James Murphy anunciou a sua morte em 2011. Numa espetacular despedida em concerto no Madison Square Garden, os nova-iorquinos disseram adeus aos palcos para tristeza dos fãs. Mas em 2016 ressuscitaram, para gáudio dos mesmos. Do segundo álbum de estúdio da banda, “Sound of Silver”, de 2007, sai este belo hino. Há quem diga que quer esta música a tocar no seu funeral. Percebemos porquê.
The Smiths - There Is A Light That Never Goes Out
“To die by your side
Is such a heavenly way to die”
Porque há uma luz que nunca se apaga. Muitos recordar-se-ão de a ouvir em “500 Days Of Summer”, filme de 2009 com Joseph Gordon-Levitt e Zooey Deschanel, mas a música de Moz (Morrissey) e companhia já há muito fazia tremer o coração da geração de 80 e 90 (e não só). Do emblemático álbum “The Queen is Dead”, de 1986, “There Is A Light That Never Goes Out” diz-nos, da forma mais romântica e melancólica, que morrer ao teu lado é a forma mais celestial de o fazer, mesmo que um autocarro de dois andares colida contra o carro onde seguimos.
Johnny Cash - Ain't No Grave (Can Hold My Body Down)
“There ain’t no grave can hold my body down
There ain’t no grave can hold my body down”
Cash canta a sua fé. Nada como a sua voz sepulcral para dar corpo a um tema de Claude Ely, religioso e profético, gravado pouco tempo antes da sua morte e que abre, “American VI” de 2010, o último de uma série álbuns póstumos.
Queen - The Show Must Go On
“But inside in the dark I'm aching to be free
The show must go on”
Porque o espetáculo deve continuar. A música foi lançada um mês antes de Freddie Mercury morrer vítima da SIDA, a 24 de novembro de 1991. Escrita por Brian May, a canção narra o esforço de Freddie Mercury em continuar a gravar e cantar apesar do estado avançado da sua doença. Gravada num único take, apesar do estado debilitado de Mercury, é um dos singles de “Innuendo”, lançado pela banda inglesa em 1991.
Iggy Pop - Nice To Be Dead
“It's nice to be dead
It's nice to be underground
Free of the ugly sounds
Of life”
Quem o diz é um dos deuses imortais do rock, sir Iggy Pop. “Préliminaries”, um dos álbuns a solo do músico, lançado a 25 de maio de 2009, é inspirado no livro “A possibilidade de uma ilha” ("La Possibilité d’une ilê"), do escritor francês Michel Houellebecq. Que esta frase não faça sentido em muitos, muitos anos. Long live, Iggy.
Eric Clapton - Tears in Heaven
“Would it be the same
if I saw you in Heaven?”
A história desta e da música que se segue são, talvez, das mais conhecidas dos apreciadores de música. “Tears in Heaven” fala sobre a perda e sobre a aceitação. São as lágrimas de um pai que perdeu o filho. Conor Clapton, com quatro anos, morreu ao cair da janela de um 53º andar de um prédio de Nova Iorque. A dor, o paraíso e o reencontro imortalizadas em 31 versos. Tudo numa música que é ainda hoje um dos maiores sucessos do músico e que ganhou três dos seis Grammy para que estava indicada.
Elton John - Candle in the Wind
“And it seems to me you lived your life
Like a candle in the wind”
“Candle in the Wind” é uma canção composta por Elton John e Bernie Taupin, em 1973, em homenagem à atriz Marilyn Monroe. Também conhecida como "Candle in the Wind 1997" ou "Goodbye England's Rose", graças à sua reformulação do original, lançada em 1997, como um single de tributo à então falecida Princesa Diana. A música chegou à primeira posição no top do Reino Unido, tornando-se num dos mais emblemáticos temas de Elton John.
Lana Del Rey - Born To Die
“This is the last time
Cause you and I
We were born to die”
Do segundo álbum, que partilha nome com a música, a artista americana que se torno um êxito pela internet e dividiu a crítica, diz que nascemos para morrer. Se pudéssemos morrer 3.0, com glamour, uns filtros vintage e talvez uma selfie antes. Bem ao estilo Hollywood sadcore, nas palavras de Lana.
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