O Site do O’Neill, como se chama, abre um caleidoscópio de informações sobre o poeta surrealista, visto por ele próprio, a sua figura vista por outros, as múltiplas facetas da vida que percorreu, o espírito inventivo e crítico das suas atividades, o seu humor e a literatura que deixou, revelou hoje a BNP.
Segundo Joana Meirim, coordenadora do projeto, “o Site do O’Neill foi feito à imagem e semelhança do poeta que lhe dá nome". "Assim, não espere quem o visita que se diga ‘Debaixo daquela arcada’ ou ‘A vida e obra de Alexandre O’Neill’. Ficamos pela 'Vidinha', pelo 'Tomai Lá do O’Neill', passamos por várias 'Olhadelas' e ainda espreitamos a 'Biblioteca'”.
Quando o visitante entra no 'site', é imediatamente direcionado para o “Início”, uma página que o recebe com a assinatura de Alexandre O’Neill, a encabeçar o poema “Caixadòclos” - uma espécie de autobiografia, reveladora de como o poeta não se levava a sério, recorrendo à autoironia e auto depreciação -, acompanhado de uma caricatura desenhada pelo ilustrador André Carrilho.
A partir do início, podem visitar-se as diversas opções do menu, que começam com “Vidinha”, um capitulo com vários subcapítulos que apresentam o poeta no seu todo.
Nessa secção pode ler-se a sua biografia, os auto-retratos (o poeta apresentado por si próprio), a sua correspondência, um texto em que fala sobre o primeiro prémio que recebeu, um texto de Maria Antónia Oliveira, em que descreve o processo de escrever a biografia de Alexandre O’Neill a partir dos testemunhos orais dos seus amigos, e um resumo do espólio do autor, escrito por Joana Meirim, sob o título “uma coisa assim em forma de espólio”.
A opção que se segue chama-se “Tomai lá do O’Neill” e reúne toda a bibliografia publicada, assim como excertos de entrevistas que deu, as participações que teve ao longo da vida na televisão, na publicidade, no teatro ou em antologias, e as traduções que fez.
“Olhadelas para O’Neill” apresenta uma listagem, por ordem alfabética de autores, de toda a bibliografia existente, portuguesa e estrangeira, sobre o poeta, abarcando uma vasta diversidade de suportes, desde ensaios, a teses de doutoramento, passando por artigos ou crónicas em jornais ou revistas.
A última opção do 'site' é a “Biblioteca”, e introduz a “biblioteca possível de Alexandre O’Neill”, com uma descrição da sua biblioteca particular: onde estava, como foi constituída, que destino teve.
Aqui é possível ver primeiras páginas de livros de diversos autores, com dedicatórias que escreveram a O’Neill, como é o caso de Carlos Drummond de Andrade, Herberto Helder, Mário Cesariny, Natália Correia ou Vinicius de Morais, entre outros.
Esta página tem ainda uma entrada para a rede de bibliotecas de Constância – a vila onde o poeta morava por temporadas e a quem o filho doou o espólio bibliográfico do pai -, onde se pode consultar virtualmente todos os livros que estavam nas prateleiras de casa de Alexandre O’Neill.
O acervo do poeta tem sido entretanto acrescido de outras doações de pessoas que com ele privaram e que inclui, por exemplo, monografias de arte, uma máquina de escrever e fotografias.
Este 'site' é uma das linhas de trabalho do projeto "Lugares de O’Neill", que se desenvolveu entre 2018-2019, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, integrado no Centro de Estudos de Comunicação e Cultura da Universidade Católica Portuguesa.
Este projeto encontra-se agora, juntamente com o espólio do autor, na Biblioteca Nacional de Portugal.
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