O documentário de Miguel Dores aborda a morte de Alcindo Monteiro, português de origem cabo-verdiana, vítima de ódio racial em 1995, numa obra que em vez de se centrar na violência neo-nazi procura “ser uma homenagem àqueles que resistem e àqueles que caem”, explicou o antropólogo à Lusa em maio deste ano.
Para além do grande prémio, “Alcindo” recebeu também o prémio de melhor documentário, informou à agência Lusa a organização do festival Caminhos.
“Metamorfose dos Pássaros”, de Catarina Vasconcelos, que aborda as memórias de infância e juventude de vários membros da família da realizadora, venceu o prémio de revelação, de melhor realização e ainda o prémio do público.
A melhor ficção foi para “Os Últimos Dias de Emanuel Raposo”, de Diogo Lima, que arrecadou também melhor argumento original.
Segundo a organização, “Noite Turva”, de Diogo Salgado, venceu a melhor curta-metragem e “Seja como for”, de Catarina Romano, foi a melhor animação.
O prémio da imprensa foi para “O Táxi de Jack”, de Susana Nobre, atribuindo uma menção honrosa para “O Lobo Solitário”, de Filipe Melo, que recebeu também o prémio D. Quijote, atribuído pelo júri da Federação Internacional de Cineclubes, e o de melhor banda sonora original.
Pedro Lacerda foi considerado o melhor ator, com as suas participações em “Terra Nova” e “Arte de morrer longe”, e Diana Neves Silva a melhor atriz, no filme “Luz de Presença”, de Diogo Costa Amarante.
Na seleção Ensaios, dedicada a filmes produzidos em contexto académico, os vencedores foram Catarina Henriques, com “Camaradas de Armas”, e Caren Wuhrer, com “Silent Zone”, que arrecadaram os prémios nacional e internacional, respetivamente.
Já na seleção Outros Olhares, dedicada a obras de linguagem experimental, venceu “A nossa terra, o nosso altar”, de André Guiomar, documentário que se centra no bairro do Aleixo, no Porto.
Os prémios são entregues hoje na cerimónia de encerramento do festival, que decorre no Teatro Académico de Gil Vicente, às 21:45.
A entrega é precedida de um cine-concerto, em que o guitarrista Marcelo dos Reis acompanha a exibição do trecho sobrevivente de 26 minutos do filme “Três Dias sem Deus”, de Bárbara Virgínia, de 1946, que foi restaurado pela Cinemateca Portuguesa.
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