A reunião de emergência do principal órgão de direitos humanos da ONU foi convocada por um pedido oficial conjunto do Reino Unido, Noruega, Estados Unidos da América e Alemanha, de acordo com um comunicado do Conselho.
A reunião conta com o apoio de 52 países e outros poderão aderir até à próxima semana.
Os combates entre o exército regular, liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhan, e as paramilitares Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), chefiadas pelo general Mohamed Hamdane Daglo, fizeram cerca de 700 mortos desde 15 de abril, segundo a organização não-governamental ACLED, que regista as vítimas do conflito.
Os combates provocaram mais de 5.000 feridos, 335.000 deslocados e 115.000 exilados, segundo a ONU.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) estimou que pelo menos 190 crianças foram mortas e 1.700 ficaram feridas no Sudão desde o início do conflito.
As sucessivas tréguas entre as duas partes beligerantes não foram respeitadas e os bombardeamentos e tiroteios continuaram a abalar a capital, Cartum, pelo 21.º dia consecutivo.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) também alertou para a situação, apelando aos países vizinhos que acolham os sudaneses que fogem dos combates e não os devolvam à força ao seu país.
O ACNUR prevê que 860.000 pessoas deixem o Sudão para se refugiarem nos países vizinhos, além das 113.000 que já fugiram dos combates.
Cerca de 9.700 pessoas atravessaram a fronteira para a vizinha República Centro-Africana, anunciou hoje o Gabinete de Coordenação Humanitária da ONU (OCHA, na sigla em inglês) em Bangui.
Daqueles, 3.460 são cidadãos centro-africanos.
Em Madrid, o Ministério da Defesa anunciou que as forças armadas espanholas retiraram hoje 162 civis de diferentes nacionalidades, nenhum dos quais espanhol, depois de a União Europeia ter solicitado apoio para os seus cidadãos no país.
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