O funcionário comercial da delegação norte-coreana em Kuala Lumpur, Kim Yu Song, acusou a Malásia de “destruir as relações bilaterais” após o Tribunal Federal da Malásia ter decidido no início de março autorizar a extradição de Mun Chol-myong.
“Este incidente é o produto de uma conspiração contra a Coreia do Norte criada a partir da política hedionda dos Estados Unidos”, disse hoje o diplomata no encerramento da embaixada da Coreia do Norte na nação do sudeste asiático.
Cerca de 30 trabalhadores da delegação diplomática deixaram hoje o complexo num autocarro com destino ao aeroporto da capital da Malásia, de onde embarcarão num avião para os levar de volta a Pyongyang.
O FBI solicitou a detenção em 2019 do empresário norte-coreano Mun Chol-myong que é acusado de lavar dinheiro através de empresas de fachada e de mediar o envio de mercadorias de luxo de Singapura para a Coreia do Norte, o que violaria as sanções dos EUA e da ONU.
Na sexta-feira, a Coreia do Norte anunciou que estava a cortar relações diplomáticas com a Malásia na sequência da decisão do tribunal malaio de permitir a extradição da Coreia do Norte.
A Malásia respondeu que a decisão de Pyongyang é “hostil e não construtiva” e respondeu fechando a sua embaixada na Coreia do Norte, cujas operações já tinham sido suspensas desde 2017, e deu um prazo de 48 horas para os diplomatas norte-coreanos deixarem o país.
A Coreia do Norte e a Malásia mantiveram relações diplomáticas no início da década de 1970, mas a relação foi deteriorada em 2017 quando Kim Jong-nam, o meio-irmão do líder norte-coreano, Kim Jong-un, foi assassinado no aeroporto de Kuala Lumpur, numa operação aparentemente orquestrada pelos serviços secretos norte-coreanos.
Ambos os países, que chegaram ao ponto de permitir que os seus respetivos cidadãos viajassem sem vistos, acabaram por expulsar os seus embaixadores e deter temporariamente civis norte-coreanos e malaios nos seus territórios.
Desde então, houve várias aproximações e declarações de intenção de reparar os laços diplomáticos.
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