A iniciativa, organizada pelo Alto Comissariado para os Refugiados da ONU e associações de estudantes exilados teve como objetivo alertar para esse dado estatístico preocupante, na data em que se assinalou o Dia Mundial do Refugiado.
Foi uma das muitas ações que se realizaram um pouco por toda a Europa para assinalar a data, tal como em Bilbau, onde elementos de cinco famílias sírias chegadas ao País Basco, em março de 2019, se reuniram para assinalar o dia e o Programa Patrocínio Comunitário do Governo local.
O programa piloto promoveu, com a ajuda de voluntários, apoios à adaptação e integração das cinco famílias e serviu de modelo para outros programas semelhantes noutras comunidades autónomas de Espanha.
Também o primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, aproveitou para advogar uma “maior cooperação internacional para amenizar” a situação dos milhões de pessoas que se veem forçadas a abandonar os seus países e oferecer-lhes “igualdade de oportunidades”.
“No #DiaMundialdoRefugiado reafirmamos o nosso compromisso para com a proteção e a integração das pessoas que se veem obrigadas a fugir dos seus países”, escreveu no Twitter.
As palavras de Sánchez, no entanto, contrastam com uma manifestação de migrantes em Valência, que três anos após a chegada à cidade, na embarcação de resgate “Aquarius”, ainda reclamam ao Governo espanhol a regularização da sua situação para poderem “ter uma vida digna”.
Várias dezenas de pessoas concentraram-se numa das principais praças de Valência e, com camisas azuis da Associação de Sobreviventes Aquarius 2018, leram um manifesto com reivindicações e pediram para ser tratadas “com amabilidade” e que as façam sentir-se “em casa”.
No Vaticano, o papa lembrou o Dia Mundial do Refugiado para pedir ao mundo que acolha os refugiados para “fazer crescer uma comunidade mais humana, uma grande família”, sob o lema “Juntos podemos fazer a diferença “.
“Abramos os nossos corações aos refugiados, façamos nossa a sua tristeza, as suas alegrias, aprendamos com a sua brava resistência. Assim, juntos, faremos crescer uma comunidade mais humana, uma grande família”, disse Francisco, no final do Angelus dominical diante de dezenas de fiéis reunidos na Praça de São Pedro.
O papa, que, por diversas vezes, defendeu o respeito para com os refugiados, assegurou previamente, durante a oração, que tem estado a ver “as imagens de tantos que vêm de barco”.
Na América do Sul, a oposição venezuelana, liderada por Juan Guaidó, utilizou o dia para apelar para a proteção dos migrantes venezuelanos que tiveram de abandonar o seu país em fuga da complexa crise económica, política e social.
“Somos um país fora de um país. São 5,6 milhões de desterrados pela ditadura, que merecem proteção, educação, acesso às vacinas e integração laboral”, escreveu no Twitter David Smolansky, opositor de Nicolás Maduro e nomeado por Guaidó como seu representante na Organização de Estados Americanos.
Um dos principais destinos de refugiados venezuelanos é a Colômbia, onde o presidente Iván Duque aproveitou a data para garantir o compromisso do seu país no acompanhamento e proteção dos migrantes.
Parte do compromisso do Governo de Duque é a implementação do Estatuto de Proteção Temporária para os migrantes venezuelanos que pretende beneficiar cerca de dois milhões de cidadãos que chegaram à Colômbia em fuga da crise económica e social do seu país.
Do México, no Dia Mundial do Refugiado, chegaram notícias de um recorde de pedidos de asilo, que em apenas cinco meses deste ano suplantaram todos os números de 2020.
A Comissão Mexicana de Ajuda a Refugiados registou 41.195 pedidos de asilo entre janeiro e maio, o que ultrapassa os 41.179 recebidos no ano passado e representa um aumento de 68% em relação dos 24.551 pedidos registados nos primeiros cinco meses de 2020.
Instituído em dezembro de 2000 pela Assembleia-Geral das Nações Unidas, o Dia Mundial do Refugiado assinala-se todos os anos, em 20 de junho.
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