No final do mês de outubro, um surto de infeções pela bactéria E. coli, associadas ao consumo dos hambúrgueres do McDonald's, fez soar os alarmes nos Estados Unidos e deixou muitas pessoas preocupadas. A investigação apurou que o problema estava nas cebolas cortadas de um único produtor.
A mesma bactéria, contudo, voltou a atacar naquele país nos últimos dias, nomeadamente nos estados de Nova Iorque, Oregon, Califórnia, Minnesota e Washington. Até ao momento foram registados 39 casos que causaram uma morte e levaram ao internamente de 15 pessoas e aparentemente o caso é um pouco semelhante ao anterior, dado que envolverá também apenas um produtor, a Grimmway Farms, uma importante produtora de cenouras da Califórnia.
Esta bactéria, refira-se, não é novidade também para os portugueses, sendo que só este ano nas praias nacionais houve 70 interdições a banhos, que se verificaram entre os meses de maio e outubro, e se ficaram também a dever à presença da Escherichia coli.
Será um caso para alarme? Aparentemente, não.
"Costumam ser casos pontuais e acontecem um pouco por todo o mundo. Este ano em Portugal tivemos confirmações da existência da bactéria em algumas praias, mas sem casos comprovados. Também nos Jogos Olímpicos de França alguns nadadores, que nadaram no rio Sena, tiveram sintomas semelhantes aos que a E. coli provoca, é algo que existe e que, volto a dizer, pontualmente surgem casos, tudo natural", diz ao SAPO24 a médica Natércia Salitre, revelando depois os problemas que podem causar às pessoas.
"A maioria dos casos não representa qualquer perigo para os humanos, normalmente as infeções provocam casos de diarreia mais sérios e os sintomas costumam ser cólicas, náuseas, vómitos ou apenas febre. Os sintomas podem passar num período de 24 horas ou demorar cerca de uma semana, tudo depende do sistema humanitário de cada um. Crianças ou idosos, com sistemas mais frágeis, costumam ser aqueles que sofrem mais com esta bactéria. Pode matar? É raro, mas pode acontecer, sobretudo com as pessoas com quadros clínicos vulneráveis", salientou, dando um conselho aos colegas médicos veterinários.
"São determinantes nestes casos. É muito importante a atuação no campo, nomeadamente nas quintas de criação de animais, fiscalizar as condições onde estão os animais, fiscalizar frigoríficos, fiscalizar o controlo sanitário na produção de vegetais, etc. A saúde humana está sempre ligada às dos vegetais, animais e mesmo ao meio ambiente. O controlo é fundamental", referiu, dando conselhos também às pessoas em geral.
"É muito importante lavar bem os legumes e as frutas, assim como lavar bem as mãos. Ouvimos muito sobre isto durante a pandemia, mas lavar várias vezes as mãos é muito importante também para prevenir este tipo de infeções", diz.
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