Segundo a agência EFE, a Uber emitiu um comunicado aos seus motoristas, no qual afirma que está à procura de soluções para acalmar a situação que vivem, tendo estes denunciado nos últimos dias várias agressões por parte dos taxistas, que entraram em greve por tempo indeterminado, num protesto que está a ganhar dimensão nacional contra a proliferação de licenças para carros de aluguer descaracterizados com motorista, que são usadas por empresas como a Uber ou a Cabify.
O protesto dos taxistas em Espanha começou na quinta-feira, mas uma decisão do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha (TSJC), conhecida na sexta-feira, que manteve suspenso o regulamento metropolitano que restringe a concessão daquelas licenças, levou à intensificação dos protestos nesse dia, que desde então têm alastrado a outras cidades espanholas.
Depois de Barcelona, os taxistas de Madrid tomaram uma decisão semelhante, em plenário, no sábado.
Hoje, foi a vez dos taxistas de Málaga e Costa do Sol, no sul de Espanha, de Saragoça, região nordeste, e das ilhas Baleares anunciarem que iam também fazer greve.
Segundo a agência EFE, a paralisação em Málaga não vai afetar o aeroporto Málaga-Costa do Sol e os terminais de comboio e autocarros, para evitar impactos nesses utilizadores.
A decisão foi tomada num plenário que durou mais de duas horas e quase por unanimidade, adiantou à EFE o vice-presidente de uma associação profissional do setor de Málaga, Juan González.
O responsável disse que, em cada dia de protesto contra a concorrência desleal das empresas de aluguer de veículos descaracterizados com motorista, vão parar cerca de metade da frota de 2.600 táxis da Confederação de Táxis da Costa do Sol.
O presidente do município de Málaga manifestou, através da sua conta na rede social Twitter, apoio aos taxistas da cidade, defendendo que o seu serviço “é essencial” e recordando que a polícia municipal registou desde inícios de 2017 mais de 200 denúncias contra os transportes descaracterizados.
Em Saragoça, os motoristas de táxi decidiram esta noite juntar-se à greve, ficando garantidos os serviços mínimos prestados pelos veículos adaptados a transporte de pessoas com deficiência.
A associação de táxis de Saragoça justificou a adesão à greve com a solidariedade devida aos colegas das cidades que mais sofrem a concorrência daquelas empresas, um problema que ainda não se coloca ali com grande relevância.
Em Sevilha, os taxistas decidem na segunda-feira se participam na paralisação, tendo o presidente de uma associação do setor da capital andaluza, Enrique Filgueras, explicado à EFE que a premissa a ser discutida será a paragem de metade da frota por quinzenas, podendo haver casos de paragens o mês inteiro, entre greve e férias.
Na última noite, os taxistas de Sevilha concentraram-se no Estádio Olímpico, de onde saíram em caravana e fazendo soar as buzinas dos seus carros.
Na sexta-feira, a decisão do TSJC motivou o endurecer dos protestos dos taxistas de Barcelona, que paralisaram na sexta-feira o centro de cidade com os táxis, assim como os acessos ao aeroporto, tendo centenas de taxistas passado a noite parados na Gran Vía de Barcelona.
Esta madrugada, os taxistas de Barcelona voltaram a deixar os táxis no centro de Barcelona, alguns passando a noite ali, outros optando por estacionar e ir dormir a casa.
Os motoristas reivindicam mudanças legislativas que limitem a emissão de licenças para carros dessas empresas.
Segundo números da polícia municipal de Barcelona, há cerca de 500 táxis parados numa das principais artérias da cidade, a Grand Vía.
Ainda no sábado, os motoristas de táxi de Madrid decidiram de forma espontânea juntar-se à greve por tempo indeterminado dos colegas de Barcelona, deixando sem serviço o aeroporto de Barajas e a estação de Atocha, apenas acordando prestar serviços mínimos gratuitos a idosos e pessoas com deficiência.
Apesar de convocado de forma espontânea, o protesto dos taxistas madrilenos recolheu o apoio da Federação Profissional do Táxi de Madrid.
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