Os trabalhistas britânicos são, com o PSOE espanhol, parcialmente responsáveis pelo aumento de sete eurodeputados no grupo dos Socialistas & Democratas, de que faz parte o PS, em relação à anterior sondagem europeia.
No estudo hoje divulgado, o grupo Socialistas & Democratas (S&D) regista 149 eurodeputados de 28 países, contra 142 na sondagem de 29 de março, mantendo-se como segundo maior grupo político no Parlamento Europeu, a seguir ao Partido Popular Europeu (PPE), de que fazem parte o PSD e o CDS-PP, com 180 eurodeputados de 26 países.
Como nas três anteriores projeções, no entanto, os dois grandes continuam a não ter, juntos, a maioria que tinham no Parlamento Europeu.
PPE e S&D terão, em teoria, de se juntar à Aliança dos Liberais e Democratas (ALDE), a que a sondagem atribui 76 deputados mas que pode aumentar se o movimento En Marche, do presidente francês Emmanuel Macron, vier a integrar neste grupo político os 22 eurodeputados que pode eleger, ou aos Verdes (57 eurodeputados).
O grupo Europa das Nações e das Liberdades (ENF), de que fazem parte eurocéticos como a Liga de Matteo Salvini, a União Nacional (RN) de Marine Le Pen ou o britânico UKIP, deverá aumentar dos atuais 21 eurodeputados para 62.
A projeção europeia de hoje é a quarta a ser divulgada, mas a primeira desde que, na semana passada, os 27 aceitaram o pedido de Londres para prolongar a data de saída do Reino Unido da União Europeia (UE) até 31 de outubro, deixando prever que, a não haver uma aprovação do acordo de saída pelo parlamento britânico até lá, o Reino Unido tenha de realizar eleições europeias, marcadas para 23 a 26 de maio.
O estudo faz por isso uma projeção de lugares num futuro PE de 751 deputados, e não 705, que será o número total quando o Reino Unido abandonar a UE.
Baseando-se em duas sondagens britânicas realizadas com vista às europeias, a projeção aponta para que o Labour, de Jeremy Corbyn, obtenha 26,5%, elegendo 19 eurodeputados, cerca de dez pontos percentuais mais do que o Partido Conservador, da primeira-ministra Theresa May, que se fica pelos 16,5% (12 eurodeputados) das intenções de voto.
A confirmarem-se, estes resultados praticamente invertem os que os dois partidos obtiveram nas últimas eleições europeias, em 2014, em que os Tories (conservadores) obtiveram 27,4% dos votos e o Labour (trabalhistas) 15,2%.
Em terceiro lugar surge o Partido do Brexit, lançado na semana passada pelo eurocético Nigel Farage, que obtém 13,5%, podendo eleger 10 eurodeputados, tanto quanto o seu antigo partido, o Partido da Independência do Reino Unido (UKIP), com nove eurodeputados.
O Change UK, partido lançado esta semana e constituído por deputados independentes que saíram do Partido Trabalhista e do Partido Conservador por discordarem das políticas relativamente ao Brexit, obtém 5,5% e elege quatro eurodeputados.
Em Espanha, que realiza eleições legislativas a 28 de abril, os socialistas do PSOE de Pedro Sánchez vencem as europeias com 29,6% (18 eurodeputados), seguidos dos conservadores do PP Pablo Casado, com 21,8% (13 eurodeputados).
Surgem depois a coligação Unidos Podemos, com 13,8% e oito eurodeputados, o Ciudadanos, com 12,7% e sete eurodeputados, e o novo partido de extrema-direita, Vox, com 9,6% e seis eurodeputados.
A atual projeção não tem novos dados em relação a Portugal, mantendo os números apresentados a 29 de março, em que o PS elegia nove eurodeputados (37,4%), o PSD sete (31,9%), CDU dois (10,1%), BE dois (8,3%), CDS-PP um (8%).
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