“A CNPD vai averiguar as circunstâncias em que foi feito o envio de SMS pela EMEL”, no caso das mensagens enviadas a alertar para a tempestade Leslie, disse ao SAPO24 Clara Guerra, responsável da Comissão Nacional de Proteção de Dados, uma vez que nem todas as mensagens foram enviadas para clientes da empresa municipal.
A mensagem começou a ser recebida no sábado, mas várias pessoas acabaram por só a receber já no domingo, 14 de outubro, horas depois da passagem da tempestade Leslie. O alerta tinha as recomendações da Proteção Civil.
Questionada sobre o envio desta mensagem, a Proteção Civil, pela voz do Comandante Nacional Duarte da Costa, recusou qualquer responsabilidade. Segundo o responsável, a Autoridade Nacional de Proteção Civil ponderou o envio de sms, mas optou por não o fazer porque não existe um protocolo criado para estas situações (o único protocolo existente é para situações de fogos rurais) e porque a rota do furacão Leslie, que depois se converteu em tempestade, era incerta. Em alternativa, a Proteção Civil optou por uma presença constante juntos dos órgãos de comunicação social, acrescentou.
As mensagens da EMEL não são caso único. A seguradora Tranquilidade também enviou alertas semelhantes para clientes e não clientes: "Furacão Leslie irá atravessar o território do continente a partir das 18h de hoje. Proteja-se e siga recomendações da Proteção Civil".
Em causa poderá estar a forma como as empresas terão tido acesso aos números de não clientes.
Já este domingo, o SAPO24 tentou contactar a EMEL para esclarecer esta situação mas não obteve resposta.
A passagem do furacão Leslie por Portugal, no sábado e domingo, onde chegou como tempestade tropical, provocou 28 feridos ligeiros e 61 desalojados.
A Proteção Civil mobilizou 8.217 operacionais, que tiverem de responder a 2.495 ocorrências, sobretudo queda de árvores e de estruturas e deslizamento de terras.
O distrito mais afetado pelo Leslie foi o de Coimbra, onde a tempestade, com um "percurso muito errático", se fez sentir com maior intensidade, segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).
Na Figueira da Foz, uma rajada de vento atingiu os cerca de 176 quilómetros por hora no sábado à noite, valor mais elevado registado em Portugal, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
No domingo à noite, a Altice Portugal revelou que cerca de 50 mil clientes da rede fixa estavam com serviços afetados, na sequência da tempestade.
Já a EDP Distribuição declarou no domingo o Estado de Emergência para o distrito de Coimbra, o mais grave previsto no seu plano de atuação, e admitiu recorrer a meios internacionais para reparar os danos causados pela tempestade tropical Leslie.
Mais de 100 mil consumidores estavam sem energia elétrica na tarde de domingo.
Notícia atualizada às 12:27
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