"Este é um trabalho de três anos" começou por referir o Presidente da Câmara de Lisboa Carlos Moedas na apresentação da nova plataforma LXResist na manhã desta quarta-feira, na Câmara Municipal onde o SAPO24 esteve presente.
A apresentação aconteceu a dois dias do 269.º aniversário do terramoto, seguido de tsunami, de Lisboa, a 1 de novembro de 1755.
Ao longo deste mandato a autarquia tem tido particular preocupação com a avaliação dos edifícios municipais, a formação de engenheiros especialistas em sismos, as simulações com as diversas autoridades e em especial a distribuição de kits (mais de 2.000) nas escolas para preparar os mais novos para os sismos e levarem informação para casa.
Além do risco sísmico, Lisboa têm também grande probabilidade de ser afetada com tsunamis, algo a que também é uma preocupação e para isso será aumentado o número de sirenes disponíveis na cidade. Neste momento existem duas uma na Praça do Império e outra no Terreiro do Paço. No futuro vão ser instaladas em Alcântara e na Estrela mais duas. O plano da Câmara é instalar mais seis, referiu Carlos Moedas.
A Câmara anunciou, esta quarta-feira, a criação 86 pontos de encontro de emergência em caso de sismo, pontos estes para onde os cidadãos se devem dirigir com kits de emergência em caso de sismo.
Os pontos passam a estar disponíveis no site da Câmara que pode ser consultado aqui. Como é possível observar-se na imagem abaixo existem pontos em todas as 24 freguesias.
No site da CML é possível não só conhecer cada um dos pontos, como ter detalhes sobre a sua localização para saber como se deslocar, nome e condições fornecidas aos cidadãos.
Aqui também se pode observar os pontos em cada freguesia:
Os 86 pontos de encontro oficiais, em conjunto, têm capacidade para acolher mais de 600 mil pessoas (600.641) sendo que é para o ponto mais próximo da habitação ou do trabalho que todas as pessoas se devem deslocar em caso de catástrofe que signifique que ficar em casa ou dentro de um edifício não seja seguro, como um sismo, tsunami, cheias ou incêndio.
Além dos pontos de encontro e da plataforma LXResist, os lisboetas podem também receber SMS da proteção civil municipal, específicos para alertas na capital, para o que precisam de inscrever-se através do envio do texto AVISOSLX para o número 927 944 000.
Carlos Moedas garantiu que esta foi uma avaliação feita em conjunto com as freguesias.
Sobre LXResist, esta está disponível a partir de hoje e foi apresentada pela vereadora Joana Almeida. Nesta plataforma os lisboetas podem consultar como se devem preparar para uma eventual catástrofe.
A LXResist ajuda também a encontrar soluções para mitigar o impacto de um sismo consoante os tipos de edifícios comuns em Lisboa (Pombalino, Gaioleiro, Misto ou Betão) e ensina como proteger a casa e o recheio (fixando os móveis na parede, por exemplo), como agir em caso de sismo, como fazer um plano de “fuga” com a família e como se deve preparar um kit de emergência, que deve estar previamente feito.
É ainda possível saber como contratar um seguro para cobrir as perdas em caso de sismo e responde a perguntas básicas sobre o risco sísmico em Lisboa.
De acordo com a Diretora do Serviço Municipal de Proteção Civil de Lisboa, Margarida Castro Martins, que também falou nesta apresentação, os pontos de encontro selecionados tiveram em conta vários fatores, nomeadamente as infraestruturas de apoio básico presentes no local como casas de banho, pontos de água potável, iluminação, tipo de pavimento e passagens áreas. Foram ainda afastadas as opções que continham edificados, muros, talude ou obras de arte.
Ao todo, de acordo com os Censos de 2021, que a Proteção Civil considerou para elaborar este plano, os pontos devem servir os 545. 796 residentes em Lisboa aos quais se junta a população flutuante que trabalha ou estuda em Lisboa residindo em outro município, um total de 409.238 cidadãos.
A estes acrescentam-se os turistas que são em média 30.000 por dia na cidade. No caso destes últimos a CML já tem planos de traduzir todas estas ferramentas para a língua inglesa de forma a que estes recursos possam ser acessíveis aqueles que visitam Lisboa.
A responsável da Proteção Civil garantiu que os pontos de encontro em Lisboa vão estar devidamente assinalados nos diferentes locais com sinalização vertical, semelhante à que já existe no caso dos tsunamis.
Fica ainda como grande objetivo dar a conhecer este plano à população. "O melhor plano do mundo pouco vale se a população não o conhecer", referiu Margarida Castro Martins elencando medidas como a distribuição de folhetos para divulgação. "Não podemos prever catástrofes, mas estamos preparados", garantiu.
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