Como te chamas?

Miguel Ângelo Fernandes da Silva.

O que faz a tua startup?

Desenvolvemos dispositivos de IoT (Internet of Things) e software utilizando IA (Inteligência Artificial) para o mercado global do alojamento turístico, com o objetivo de aumentar o conforto térmico e reduzir os custos de eletricidade dos edifícios, ao qual demos o nome MTI Hotel – Smart Room.

Em modo resumo: quando, como e porque é que nasceu a tua empresa?

Nasceu em outubro de 2019 de uma spinoff de um projeto europeu de Investigação e desenvolvimento tecnológico (I&DT) na área do IoT e IA, em co-promoção com a Universidade do Algarve, transformando assim o projeto numa startup portuguesa de base tecnológica focada nas indústrias 5.0.

O que fazias antes de ser empreendedor?

Sempre fui empreendedor, durante 17 anos fui sócio-gerente de uma outra empresa na área de engenharia e projetos de instalações especiais em edifícios. Acumulava funções de diretor de produção destas áreas, além de ser diretor do departamento de I& DT dessa mesma empresa. Lecionei também aulas no ensino secundário de programação e base de dados.

Como é que a tua startup está a mudar o setor do Turismo?

Reduzimos o custo com a fatura elétrica dos edifícios, tornando as unidades de alojamento turísticas mais sustentáveis reduzindo a sua pegada ecológica e ao mesmo tempo tornamos essas mais confortáveis e inteligentes. Estamos a tornar as experiências turística de quem nos visita mais confortáveis e “seamless”. As nossas soluções tornam a atividade do turística mais sustentável e mais amiga do ambiente reduzindo os custos operacionais dos edifícios onde se desenvolve essa mesma.

Já pagas o teu salário?

Sim.

O que dirias ao CEO da concorrência se te cruzasses com ele no corredor?

Que é um prazer conhecer empresas que trabalham nesta área e que contribuam com soluções tecnológicas para melhorar o negócio dos seus clientes e tornando o planeta mais sustentável.

Quantas horas trabalhas por dia?

9 horas.

O que deixaste de fazer para seres um empreendedor com sucesso?

Nada, faço exatamente aquilo de que gosto e no qual sou apaixonado: juntar a tecnologia à sustentabilidade do planeta que habitamos.

O que passaste a fazer para seres um empreendedor de sucesso?

Continuar com a mesma filosofia desde que comecei há 18 anos atrás, muita ambição, muita dedicação, muito trabalho e muita paixão nos projetos que lidero.

Qual o empreendedor ou empresa que mais te inspirou em Portugal?

Todas as startups de base tecnológica que se conseguiram afirmar a nível internacional e que se tornaram key players importantes no mercado global. Existem várias, como a Farfetch, OutSystems e DefinedCrowd.

E lá fora?

As empresas da minha juventude nos tempos da universidade no curso de Engenheiria Eletrónica, tais como Google ou Apple.

Se fosses patrão de uma grande empresa, o que dirias a ti próprio para te convenceres a trabalhar nessa empresa em vez de uma startup?

A ambição para a MTI é que sejamos uma grande empresa, mas não perdendo a filosofia de inovação inerente a uma startup de base tecnológica, logo seria isto mesmo que diria a mim próprio para me convencer, que estou numa grande empresa com a filosofia de inovação de uma startup.

Nascemos empreendedores ou a vida torna-nos empreendedores?

As duas coisas, o contexto socio-económico em que crescemos molda a nossa personalidade individual para sermos empreendedores. Podemos ter um contexto favorável, mas a personalidade do indivíduo poderá não ter características para tal, ou contexto não favorável, mas a personalidade adequa-se. Ninguém nasce empreendedor, o indivíduo possui certas características de personalidade que o contexto irá potenciar e moldar.

Numa só frase, o que dirias - mesmo - num elevador para convencer alguém a investir na sua empresa?

E se existisse uma solução tecnológica, não intrusiva, fácil de implementar e universal que diminuísse o custo com a fatura elétrica dos edifícios e aumentasse o conforto térmico dos seus ocupantes? Estaria disponível para investir connosco neste desafio tendo rentabilidade económica e contribuindo assim para um mundo mais sustentável e ecológico?

Que balanço fazes até agora do teu percurso neste negócio?

Repleto de desafios, mas também de muitas oportunidades, de muitas vitórias, mas também de algumas dificuldades, estas ultrapassadas com muito trabalho e dedicação, mas de uma satisfação enorme por estar a fazer aquilo que me apaixona e ainda por cima sendo pago para o fazer!

Onde é que te imaginas daqui a 10 anos?

Num outro projeto, pois nessa altura, a MTI já se tornou um unicórnio e teve uma exit bem-sucedida, com uma ligação minoritária à MTI, ou não, e a fazer aquilo de que gosto com a minha família e amigos.

Diz-me uma coisa indispensável para ti.

A família.

E uma coisa que não toleras?

Falta de caráter.

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A MTI marca presença no evento What's Next - Innovating Tourism, promovido pelo NEST – Centro de Inovação do Turismo, que terá lugar de 16 a 20 de março na 33ª edição da Bolsa de Turismo de Lisboa.